Nesta terça-feira (2), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, esteve na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados para se defender sobre as críticas que tem recebido após o site The Intercept Brasil ter divulgado supostas conversas do ministro com o procurador da República Deltan Dallagnol.

No entanto, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) acabou se exaltando e ofendeu Moro o chamando de "juiz ladrão". Vários parlamentares que são a favor do ex-magistrado ficaram indignados com as declarações de Braga e começaram a discutir com ele.

Um grande tumulto tomou conta da Casa. Moro decidiu deixar o ambiente após a presidente da comissão naquele momento, a professora Marcivânia (PCdoB-AP), ter delineado pelo fim da audiência. Ao sair da Câmara, Moro falou rapidamente aos jornalistas e disse que prestou todas as informações que os parlamentares o questionaram. Contudo, ele afirmou que um deputado "absolutamente despreparado" acabou tumultuando a comissão ao agredi-lo com palavras de baixo-calão.

Conforme informações veiculadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, Moro disse que a sessão só foi encerrada por culpa desse deputado. Moro nem soube falar direito qual era o nome do deputado e apenas resumiu: "sabe Deus lá de onde veio isso aí".

O deputado psolista ao saber que Moro o chamou de "despreparado", comentou ao Estadão que as palavras do ministro contra ele são um elogio. Em seguida acusou o ex-magistrado da Lava Jato de se corromper por um cargo político, já que aceitou ser ministro no Governo Jair Bolsonaro.

Na visão de Glauber Braga, Moro se vendeu para ser ministro e isso ele diz que se chama corrupção.

Braga também ressaltou que o ministro é mentiroso.

Resumo da sessão

De acordo com o portal UOL, a sessão que teve a presença do ministro Sergio Moro foi marcada por alguns momentos de bate-boca, ironias e um pouco da cópia do que foi a audiência em que o ministro participou no Senado.

Moro explicou sobre as mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil que mostram uma suposta interferência do ex-magistrado em casos da Lava Jato, quando na época ele era o juiz.

Entretanto, o ministro disse que não pode confirmar a veracidade das mensagens, já que não tem mais os arquivos.

A oposição insistiu que Moro havia sido parcial em seus julgamentos na Lava Jato com a divulgação dos diálogos entre ele e Deltan Dallagnol.

Por outro lado, governistas defenderam o ministro e disseram que a oposição só quer tentar anular as condenações da Lava Jato, principalmente para tirar da cadeia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do triplex de Guarujá.