O humorista, escritor e apresentador Jô Soares está longe das telinhas da Rede Globo desde 2016, quando o "Programa do Jô" foi encerrado. Nesta última segunda-feira (22), no entanto, ele usou do humor para satirizar a decisão do presidente Jair Bolsonaro de nomear um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), como embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Em uma carta aberta publicada no jornal Folha de S.Paulo, Jô se direciona ao presidente usando uma língua francesa abrasileirada, com erros na escrita e na conjugação dos verbos.

Jô usa da ironia para falar sobre a escolha do presidente e relembra casos na história em que ditadores usaram do cargo para beneficiar parentes, mesmo que não tivessem preparação para isso.

Jô começa a carta falando que o presidente é um "troglodite", por saber diversas línguas, e que usa o francês por se tratar da língua da diplomacia mundial. Jô dá os parabéns a Bolsonaro e diz que sua ideia de nomear seu filho Eduardo para embaixador foi genial.

Ele segue debochando sobre a escolha ocorrer exatamente quando Eduardo está completando 35 anos, que é a idade mínima para assumir a função. Ele diz que primeiro tem que seguir as regras: primeiro uma festinha, uma troca de presentinhos, todos cantando os parabéns, comendo o bolo e só depois o presente principal, que é a nomeação.

O escritor debocha dizendo que afinal o candidato já tem uma graduação na produção de hambúrguer e quem sabe até uma pós-graduação em cheesebúrguer.

Continuando de jeito humorado, Jô diz que afinal o Brasil já tem FHC, que já governou o país, porque não ter um embaixador KFC. A seguir, Jô lembra que temos que aproveitar a oportunidade que a vida oferece e fala que o rapaz deve tentar um doutorado em pipoca. Confira a carta na íntegra abaixo.

Ditadores antigos

Depois disso, o jornalista passa a citar casos em que ditadores nomearam filhos e parentes para altos cargos.

Ele citou o caso de Leonidas Trujillo Molina, que na década de 1930, quando detinha o poder na República Dominicana, nomeou seu filho Ramfis, de 4 anos de idade, como coronel de salário e privilégios do Exército.

Jô Soares lembra que 8 anos depois, Jacinto B. Peynado, promoveu o menino, que tinha 9 anos, a general da brigada, como reconhecimento ao serviço prestado e o mesmo se tornou o general mais novo na história do mundo.

O escritor debocha dizendo que as fotos são muito fofas.

Jô continuando falando dessa vez sobre Napoleão, que colocou irmãos e outros parentes para reis na Holanda, em Nápoles, na Espanha e Westphalie, que o escritor garante não conhecer, mas que ficou sabendo onde fica depois que pesquisou no Twitter junto com seus amigos.