Morreu na madrugada desta quarta-feira (10), vitimado por um infarto fulminante, o jornalista Paulo Henrique Amorim, de 77 anos, no Rio de Janeiro. Até o mês passado ele era um dos apresentadores do semanal "Domingo Espetacular", da Record TV, mas havia sido afastado há poucas semanas. Ele também trabalhou na Rede Manchete, Rede Globo e TV Bandeirantes. Amorim deixa uma filha e a mulher, a jornalista Geórgia Pinheiro.

Conhecido por seu temperamento forte, sua carreira também foi cercada por polêmicas e processos na Justiça, movidos até mesmo por colegas de profissão.

Em 2013 foi condenado por racismo contra o jornalista Heraldo Pereira. Em uma postagem em seu blog, ele havia chamado o repórter da Rede Globo de "negro de alma branca". Em outro processo, foi condenado a pagar ao jornalista Merval Pereira a quantia de 30 salários mínimos.

'Olá, tudo bem?'

Apesar de ser bastante conhecido na Televisão, Paulo Henrique Amorim começou sua carreira no jornal, sendo o primeiro deles, no periódico A Noite, em 1961. Posteriormente passou a ser correspondente em Nova York para a revista Realidade e depois para a semanal Veja.

Ainda como correspondente internacional passou pela extinta TV Manchete e pela Globo, onde ficou até 1996 quando se transferiu para a Bandeirantes e de lá foi para a TV Cultura.

Em 2003 passou a fazer parte do time da Record, onde ajudou na criação do programa "Tudo A Ver", apresentou o "Jornal da Record" e o "Domingo Espetacular", do qual acabou sendo afastado no mês passado. Na ocasião, a emissora divulgou que o profissional seria aproveitado em projetos futuros da casa.

Em 1972, com a reportagem “A Renda dos Brasileiros”, escrita para a revista Veja, ganhou o Prêmio Esso de jornalismo, na categoria informação econômica.

Foi na televisão que também lançou um bordão que tornou uma marca registrada: "olá, tudo bem?".

Colegas de Amorim na Record lamentam morte

Tendo trabalhado com Paulo Henrique Amorim nos últimos dez anos, o jornalista Michael Keller lamentou a morte do colega. Em entrevista ao programa "SP No Ar", da Record TV, ele disse que Amorim era contraditório e que teve discussões com ele em situações profissionais e políticas.

"Nessa hora só procuramos exaltar o profissional e a pessoa que ele foi", disse.

Tendo dividido com ele a apresentação do programa "Tudo A Ver", a apresentadora e modelo Ana Hickmann também se se manifestou sobre a morte do jornalista. "Acabei de chegar na emissora e recebi essa notícia", disse Ana. "Tenho que confessar que ainda estou extremamente chocada", seguiu. Ela lembrou ainda que foi através dele que conseguiu ingressar na televisão.