Um grupo de parlamentares composto por deputados e senadores apresentou nesta quarta-feira (5) uma queixa-crime contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

O pedido foi assinado por diferentes partidos políticos, entre eles PT, Rede, MDB, PSDB, Cidadania,. O grupo pretende denunciar o ministro por crime de responsabilidade. Entre os motivos, os erros na correção das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e quebra de decoro, ao beneficiar um apoiador que pediu para ele, através do Twitter, que a prova da filha fosse novamente corrigida.

O ministro Abraham Weintraub é uma figura polêmica e sempre gerou intriga por conta de seus comentários e a forma que conduz o MEC.

Apesar disso, ele está sobre forte pressão para deixar o cargo de ministro pelos erros no Enem e as inscrições no Sisu. O MEC declarou que todos os problemas foram resolvidos, e o presidente Jair Bolsonaro manifestou que não vai exonerar Weintraub. Alguns estudantes recorreram à Justiça, questionando o resultado da prova.

De acordo com a deputada Tábata Amaral (PDT-SP), o abaixo assinado foi feito pedindo a demissão de Weintraub. O documento foi encaminhado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Os parlamentares pedem que a corte abra um processo de investigação contra o ministro.

Na denúncia estão dez exemplos de atos incompatíveis com o cargo que ele ocupa.

O relatório feito pela Comissão Externa de Acompanhamento do MEC é presidida por Tábata Amaral e Felipe Rigoni (PSB–ES). O documento cobra políticas públicas eficientes para alfabetização, que segundo o Governo seria prioridade, mas que mostra ineficiência.

A lista de parlamentares que pediram o impeachment de Abraham Weintraub ao STF já chega a 28 nomes.

Maia dá aval para o impeachment de Abraham Weintraub

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), iniciou uma série de críticas ao ministro da Educação. Declarando ele que trabalha apenas com pessoas de bandeira branca e que o grupo que representa o ministro Abraham Weintraub é da bandeira do ódio.

E na quarta-feira (5), após as críticas feitas ao ministro, o presidente da Câmara deu aval para que o pedido de impeachment fosse encaminhado ao STF. Nos bastidores, Maia acredita na queda de Abraham Weintraub.

A relação dos dois não é muito amistosa. A inimizade com Weintraub começou quando o ministro tirou um apadrinhado de Maia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

'Weintraub é pior que Vélez', diz Tábata

A deputada Tábata Amaral lidera o grupo de parlamentares que foram ao STF pedir o impeachment de Abraham Weintraub. A parlamentar é conhecida por estar envolvida com temas ligados à educação, e no ano passado ela confrontou o antecessor de Weintraub, o teólogo Ricardo Vélez, o caso repercutiu nas redes sociais e na mídia, fazendo o seu nome ficar conhecido dentro da política.

Ela declarou para BBC News Brasil que o MEC está nas mãos de um gestor muito pior que Velez. E que o único esforço é fazer tudo pela sua ideologia (de direita) e pelos apoiadores do governo.

Weintraub ganha marchinha de Carnaval

O ministro Abraham Weintraub virou tema de marchinha de Carnaval. A canção foi composta Jorge Antunes. O compositor carioca faz críticas ao polêmico ministro.

A inspiração do músico venho através da declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre os erros do Enem. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que tinha a sensação que os erros do Enem foram fraudados, e o crime teria sido cometido por adversários políticos.

A marchinha faz uma sátira bem-humoradoa do ministro da Educação, citando, por exemplo, o erro de português que ele cometeu em uma postagem nas redes sociais e usando no vídeo de divulgação o nome do ministro como nome de cerveja.