Nesta terça-feira (24), durante pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio, o presidente Jair Bolsonaro voltou a ser alvo de panelaços em várias cidades do Brasil. Os protestos aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Brasília, Porto Alegre, Aracaju, Vitória, Goiânia, Belém, Maceió e Florianópolis. Esse é o oitavo panelaço seguido em alguns locais do país.

Durante o pronunciamento no rádio e na TV sobre a crise do coronavírus, milhares de brasileiros fizeram a manifestação às 20h30. Dentre tantos assuntos, esse movimento se contrapõe à decisão do presidente de abrir o comércio e as escolas, marcando assim o fim do confinamento em massa.

Segundo o presidente, a mídia tem disseminado "pânico e histeria" e afirmou que a vida precisa continuar, que os trabalhos precisam continuar e criticou posicionamento de quarentena determinado por governadores e autoridades estaduais e municipais. Também ressaltou que a experiência com o coronavírus em outros países mostra que o grupo de risco são os idosos e que não há motivo para quarentena. Ainda falou que todos devemos ter cuidados com os idosos, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), mas que isso não é motivo para parar o Brasil.

Protestos no Rio contra Bolsonaro

A cada fala do presidente mais se intensificavam as manifestações que aconteceram na zona sul do Rio, especificamente em Copacabana, onde projetaram uma fachada pedindo a saída do presidente, Jardim Botânico, Leme, Flamengo e Laranjeiras.

Protestos também foram identificados no centro, Lapa e São Cristóvão. Além das panelas, foram usadas vuvuzelas e surdos em Humaitá e outras regiões do Rio.

Alguns simpatizantes do Governo Bolsonaro saíram às ruas em apoio ao presidente, mas precisamente no Grajaú e em Icaraí, Niterói.

Protesto em São Paulo e Brasília contra Bolsonaro

Na cidade de São Paulo, o panelaço começou trinta minutos antes da aparição do presidente e foi intensificado quando começou o pronunciamento. No centro da capital paulista, diversas pessoas bateram panelas e promoveram apitaço e buzinaço na rua da Consolação e gritaram palavras de ordem contra o presidente.

Bairros nobres de São Paulo aderiram aos protestos, tais como Jardins, Pinheiros, Moema e Higienópolis. Já na periferia, aconteceram em Jabaquara, Capão Redondo e Itaquera.

Em Brasília, em vários pontos milhares de pessoas gritaram "fora Bolsonaro", seguidas de panelaço. A noite também foi marcada pelos apoiadores, que gritaram "mito".

Há uma semana o presidente tem sido alvo de protestos mesmo durante a quarentena. As manifestações têm sido feitas nas janelas através de panelaço. No dia de seu aniversário, última quarta-feira (18), Bolsonaro também recebeu intensos protestos semelhantes ao de hoje com duração de até uma hora em alguns pontos do Rio de Janeiro.

Diversos moradores registraram os panelaços e publicaram em suas redes sociais.