Nesse domingo (15), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez duras críticas ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Entre outras coisas, as críticas de Maia recaem ao tema das manifestações que apoiam o governo e são contra os poderes Legislativo e Judiciário.

Também, além do próprio presidente desautorizar o Ministério da Saúde, chefiado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, ao sair do monitoramento que lhe foi recomendado e cumprimentar com apertos de mãos os manifestantes na frente do Palácio do Planalto.

O deputado ainda disse em entrevista para a Rede Globo que tal atitude o preocupa, e o que mais lhe deixa perplexo é Bolsonaro participar desses atos, os quais Maia classificou como contrários ao poder Legislativo, além do mais em um momento que se pediu para, na última sexta-feira (13), que não poderia ter aglomerações muito grandes.

Ainda, Maia disse que o povo brasileiro vive em risco durante a maior crise que o Brasil viveu nos últimos cem anos. Ainda tem o impacto da vida da nossa sociedade na saúde, no emprego e o aumento da pobreza. E se tem um presidente que vai em atos contra outras instituições.

O presidente da Câmara ainda reiterou esperar que Bolsonaro assuma de vez a presidência da República e trabalhe de forma harmoniosa com os outros poderes.

Manifestações e a crise do coronavírus

Na mesma entrevista à Rede Globo, Maia também fez duras criticas à maneira de Jair Bolsonaro em estar à frente como chefe de estado de um país como o Brasil nesse momento de crise envolvendo o ainda desconhecido novo Coronavirus. Na visão de Maia, é preciso que o Palácio do Planalto tivesse mais comando e desse uma resposta à crise em andamento.

O que é o mais grave, segundo o deputado, é que não há nenhuma estrutura criada no Palácio do Planalto para esse comando durante tal processo de crise, também, segundo ele, não há nenhuma resposta. O que o povo espera de um presidente é essa resposta, que, inclusive, disse, na última sexta-feira (13), junto de seu ministro da Saúde, que se deve evitar ao máximo aglomerações.

Por fim, Maia afirma que, ao mesmo tempo que o presidente disse isso, vai na aglomeração incentivando a mesma. Assim, desfazendo aquilo que disse o seu próprio ministro da saúde. O presidente da Câmara espera, a partir de segunda-feira (16), o governo assumir o papel que foi eleito, pois, o poder é do presidente. Nenhum ministro pode assumir a responsabilidade que cabe a um presidente da República nessa crise toda, concluiu Maia.