Na última quinta-feira (2), o presidente Jair Bolsonaro voltou a se pronunciar sobre a pandemia do novo coronavírus. Na ocasião, ele falou a respeito do desemprego que a situação pode gerar e afirmou que ela não pode ser tratada separadamente da questão da pandemia.

Reafirmando a sua postura anterior, Jair Bolsonaro destacou que as regras da quarentena devem ser afrouxadas. Com isso, o presidente continua indo na contramão das indicações dadas por profissionais de saúde e da própria OMS, que defendem o isolamento social como a principal forma de evitar a disseminação do Covid-19.

Ainda comentando sobre a “necessidade” de afrouxar as medidas ligadas à quarentena, Bolsonaro destacou que a partir da próxima semana as pessoas devem começar a retomar os seus trabalhos normalmente. Caso isso não aconteça, o presidente da República afirmou que ele precisará tomar uma medida para assegurar que isso seja cumprido.

Durante uma entrevista à rádio Jovem Pan, Jair Bolsonaro já havia falado sobre a possibilidade de “dar uma canetada” para autorizar que os comerciantes reabram os seus respectivos estabelecimentos, passando por cima das ordens de governadores e prefeitos que estão seguindo as indicações da OMS.

Bolsonaro diz que comércio sofreu 'golpe inesperado'

De acordo com as falas do presidente, durante a entrevista, ainda destacou que o comércio levou um golpe inesperado com a quarentena e afirmou que já possui um projeto de decreto, esperando somente a sua assinatura.

Bolsonaro afirmou que o decreto coloca como atividade essencial toda aquela que pode assegurar que um trabalhador seja “capaz de levar o pão para casa”.

Ao falar sobre o assunto, Jair Bolsonaro ainda fez questão de destacar que caso ele leve esse plano adiante, enquanto o Supremo Tribunal Federal e o Poder Legislativo não conseguirem a suspensão da sua medida, o comércio ficará aberto normalmente e, para ele, é assim que deve ser.

Também durante a entrevista, o presidente da República também afirmou que não chegou a montar um Ministério que atue com proximidade ao Legislativo e também descartou qualquer possibilidade de que os militares possam ser usados para assegurar que o comércio reabra.

Ainda durante o pronunciamento citado, Bolsonaro se dirigiu especificamente aos governadores dos estados e também aos prefeitos para pedir que uma revisão seja feita sobre as suas posições no que se refere ao isolamento social. De acordo com o presidente da República, seria prudente realizar a reabertura de forma gradual a partir da semana que vem.