No último dia 28 de abril saiu um relatório do Ministério da Saúde dizendo que no Brasil há o número de 5.017 mortes por causa do coronavírus e isso ultrapassa os números da China, onde começou a pandemia, que registra 4.643 mortes. Isso fez uma repórter, em entrevista na frente do Palácio da Alvorada, na noite dessa última terça-feira (28), indagar ao presidente Jair Bolsonaro o que ele tinha a dizer sobre os números de mortos por Covid-19. Em resposta a essa repórter, Bolsonaro disse um “e daí?” e perguntou o que ela queria que ele fizesse enquanto a isso.

Ainda disse, que seu sobrenome era “Messias”, mas, ele não poderia fazer nenhum milagre. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse.

No momento seguinte, na mesma entrevista, Bolsonaro disse que se solidariza com as vítimas e suas famílias, mas é uma situação que todo o país está passando por causa do vírus, e disse que a maior parte das vítimas era de pessoas idosas. Porém, ele argumentou que isso faz parte da vida e amanhã poderia ser ele que estaria morrendo, e ressaltou que logicamente, as pessoas querem ter uma morte mais digna e deixar uma história na sua trajetória.

Perguntado sobre as conversas com o ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre uma possível flexibilização do distanciamento social, o presidente respondeu que não poderia dar um parecer e não está obrigando o ministro a nada.

Bolsonaro ainda disse que 70% da população será infectada e que ninguém tinha dito que o coronavírus não causaria nenhuma morte no país.

O exame de coronavírus de Bolsonaro

Bolsonaro ainda foi perguntado sobre uma decisão da Justiça que dará o direito do jornal O Estado de S. Paulo de acessar seus testes de coronavírus. O presidente afirmou que os dois exames deram negativo.

Bolsonaro disse que ele tem o devido direito de mostrar ou não os dois resultados desses testes e afirmou que ninguém viu ele se rastejando ou com coriza. O presidente reafirma não ter a doença e que não mente.

Essa pergunta do repórter foi decorrente do ganho judicial do jornal O Estado de S. Paulo para ter aceso aos exames de Bolsonaro, nessa ultima segunda-feira (27), na Justiça Federal.

Segundo o jornal, por decisão da juíza Ana Lucia Petri Betto, a União tem 48 horas para liberar os dois laudos desses mesmos exames que foram feitos pelo Bolsonaro. O próprio Bolsonaro afirmou que esses exames teriam dado negativos, mas não mostrou nenhum deles.

Segundo o próprio jornal, antes mesmo de ser enviada notificação oficial, a advogada-geral da União já tinha enviado para à Justiça Federal uma manifestação na qual é contra a divulgação dos dois exames, alegando que tem que haver o direito da intimidade e a privacidade.

Bolsonaro fez os testes porque vários membros que foram com ele no encontro com o presidente americano Donald Trump, na Flórida, no mês de março, foram contaminados com o novo coronavírus.