Em entrevista concedida à agência Associated Press (AP), o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), argumentou sobre os problemas que o Brasil está vivendo e atrelou parte deles ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

"Estamos lutando contra o coronavírus e contra o Bolsonarovírus", disse. Ele ainda afirmou que o presidente tem adotado "posições incorretas e irresponsáveis". Doria também defendeu o isolamento social das pessoas diante da proliferação do coronavírus. Para o governador, a quarentena é uma das formas de prevenir que as pessoas sejam contaminadas com o vírus.

Bolsonaro pensa diferente e se declarou várias vezes a favor da retomada das atividades profissionais.

"Apesar das instruções negativas que as pessoas recebem do presidente, metade da população (de São Paulo) respeita a quarentena'', ressaltou Doria. De acordo com últimas informações cedidas pelo Ministério da Saúde, o estado de São Paulo é o mais afetado com a proliferação do novo coronavírus, com cerca de 700 vítimas fatais.

Panelaços em São Paulo

Horas atrás, o presidente da República anunciou a demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Diante disso, muitos panelaços foram realizados no estado de São Paulo como forma de manifestação contra a atitude que o chefe do Executivo tomou.

Na capital, as manifestações aconteceram em bairros de Pinheiros, Sumaré e Vila Madalena, na zona oeste, e Santa Cecília e Higienópolis, no centro.

Além dos panelaços, muitas pessoas estão usando as redes sociais para mostrar suas respectivas indignações após Mandetta ter sido mandado embora. Bolsonaro demitiu Mandetta pelo fato de ambos terem divergência de ideias em razão do novo coronavírus.

Enquanto o presidente informa que é necessário retomar parte das atividades profissionais, o então ministro da Saúde argumentava que isso não seria positivo, já que o vírus continua evoluindo no país e deixando muitas pessoas mortas.

No final do dia, Bolsonaro afirmou que o oncologista Nelson Luiz Sperle Teich como novo ministro da Saúde. Durante um breve discurso, Luiz Sperle disse que o Brasil precisa fazer novos testes a respeito do novo vírus, mas não chegou a dizer quais tipos de testes seriam realizados.