Foi compartilhado nesta quarta-feira (1°), pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um vídeo no qual um homem mostra um “suposto” desabastecimento no Ceasa (Central de Abastecimento) de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG). As imagens mostradas foram desmentidas pela mídia ainda na quarta-feira.

Logo depois de ter uma repercussão negativa, Bolsonaro resolveu apagar o vídeo por conta própria. Nas imagens do vídeo, um homem está falando e mostrando que o Ceasa não recebia alimentos graças à pandemia da Covid-19. Depois da repercussão desse vídeo, em uma entrevista coletiva, a ministra da Agricultura, Teresa Cristina, falou que, no momento, não há nenhuma ameaça de nenhum desabastecimento por causa dessa crise.

Bolsonaro disse em entrevista ao programa “Brasil Urgente”, veiculado a TV Band, que estava pedindo desculpas por não ter havido nenhuma checagem se os fatos mostrados no vídeo são verdadeiros. E que, ao que parece, aquela central de abastecimento que aparece no vídeo estava em manutenção. Ainda disse, que ele erra e pede desculpas publicamente e foi apagado o vídeo.

Apesar de reconhecer seu erro sobre o vídeo postado, Bolsonaro disse que o andamento dos alimentos no Ceasa e na Ceagesp (Companhia Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) tem diminuído. Bolsonaro afirma, que esteve em contato com os dois órgãos e que tem diminuído o fluxo dos alimentos e espera que não diminua mais.

Nos últimos dias, Bolsonaro teve dois vídeos deletados de, pelo menos, três redes sociais por espalhar informações não verídicas sobre a crise do novo Coronavírus.

Jornalistas não devem ser hostilizados

Logo depois que os jornalistas se retiraram da entrevista logo após o próprioBolsonaro incentivar os apoiadores a hostilizar os jornalistas, nessa quarta-feira (1), os seguranças presidenciais nessa quinta-feira (2) pediram que as pessoas (apoiadores) evitassem essa hostilização. O pedido teria sido feito quando o presidente se preparava para deixar o Palácio da Alvorada.

O segurança pediu para as pessoas, quando o comboio presidencial parasse no local, evitassem fazer críticas aos repórteres. Mesmo porquê, eles também estavam trabalhando. Depois, Bolsonaro parou para saldar os seus apoiadores e não falou com ninguém da imprensa.

Na última quarta-feira (1), Bolsonaro tinha sido questionado sobre as falas do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que defende o quadro de quarentena como medida para evitar o maior contágio do novo Coronavírus no Brasil.

Isso seria contrário o que diz o próprio presidente Bolsonaro.

Bolsonaro disse não lembrar o que falou Mandetta, porque ele teria que ver e não só ler o que está escrito. Foi quando, um dos seus apoiadores, interrompue e passou a fazer ofensas ao repórteres com xingamentos. Continuando com a entrevista, Bolsonaro disse que quem iria continuar a responder era o apoiador que se identificou como “professor opressor”.

Bolsonaro disse que não eram eles que iriam falar e sim, os apoiadores, num gesto de mandarem os jornalistas ficarem calados. Nesse exato momento, os repórteres que estavam na entrevista, se retiraram do local e a atitude espantou Bolsonaro. Ele perguntava se eles iriam embora, que iriam abandonar o povo, e “acusou” a imprensa de “não gostar do povo”.