De acordo com informações apuradas pela colunista Andreia Sadi, do G1, nessa segunda-feira (18), após a saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello deve ser mantido como interino no cargo de ministro por algum tempo.
O motivo para que isso aconteça está ligado ao fato de que tal estratégia permitirá que o presidente Jair Bolsonaro escolha o novo ministro da Saúde sem pressa. Em menos de uma mês, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich passaram pelo cargo em questão.
Entretanto, ainda segundo o site citado, algumas informações de bastidores fornecidas por auxiliares chegaram a afirmar que a ideia é que Pazuello assine a mudança de protocolo relativo à cloroquina, conforme o desejo de Jair Bolsonaro, uma vez que o Governo federal chegou a ser alertado para o fato de que nenhum médico vai concordar com as ideias do presidente sobre o medicamento.
De acordo com Andreia, esse protocolo pode vir a ser questionado na Justiça e, caso conte com a assinatura de um médico, conforme as apurações feitas pelo site citado, ele precisará responder ao Conselho de Medicina.
Mostra-se válido destacar que alguns ministros da ala militar do governo federal chegaram a ser procurados por parlamentares que consideram a mudança de protocolo perigosa. Segundo Andreia, os ministros em questão defendem que Eduardo Pazuello continue no seu cargo de secretário-executivo.
É possível afirmar que essa mudança referente à cloroquina pode representar um risco para a saúde da população. Além disso, ela ainda pode acabar por prejudicar a imagem que as Forças Armadas possuem caso um militar venha a assinar tal protocolo, que não possui bases científicas para sustentá-lo.
Por fim, ainda é possível que isso deixe o ambiente político agravado para Jair Bolsonaro no Congresso.
Apesar de todos os pontos citados, Jair Bolsonaro ainda deseja seguir adiante com a mudança de protocolo da cloroquina e chegou a afirmar que está procurando um médico que “aguente a pressão” de ocupar o cargo do Ministério da Saúde.
Teich não aguentou a pressão
De acordo com informações do G1, Nelson Teich e Jair Bolsonaro entraram em discordância sobre o Ministério da Saúde e as suas diretrizes. O principal motivo para isso está ligado ao fato de que o presidente da República não quer abrir mão de um ministro que avalie o uso da cloroquina no combate ao Covid-19.
Segundo fontes ouvidas pelo site citado, Teich e Bolsonaro tiveram uma reunião ainda na última sexta-feira e o ex-ministro da Saúde acabou não aguentando ser pressionado pelo presidente para mudar o protocolo. Devido a isso, ele acabou optando por deixar o cargo.