De acordo com o site Agência Pública, no período que esteve à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ex-ministro Sergio Moro abriu as portas para o FBI, e Maurício Valeixo permitiu que a polícia federal americana tivesse acesso as digitais e outros dados dos brasileiros.
Ao longo de meses de intensa investigação da Agência Pública, documentos revelam que, após assumir o ministério no Governo Bolsonaro, tanto Moro, como Maurício Valeixo, ex-diretor da PF, assinaram acordos com o FBI. Dessa forma, haveria, consequentemente, uma maior influência da agência norte-americana em várias áreas da segurança nacional.
O ex-ministro Sergio Moro mostrou uma contradição em relação ao que fez ele sair do governo e deixar a pasta. Ele saiu defendendo a independência da Polícia Federal, no entanto, segundo reportagem do site Agência Pública, Moro mostrou uma posição diferente enquanto esteve no ministério.
A reportagem mostra que supostamente o ex-juiz Sergio Moro e o ex-diretor da Polícia Federal Maurício Valeixo assinaram acordos com o FBI, e a agência americana passou a ter uma influência em algumas áreas de combate ao crime, inclusive houve a presença de agentes estrangeiros e um centro de inteligência na fronteira, ocorreram investigações sobre corrupção e acesso a dados biométricos dos brasileiros.
Conforme a reportagem, logo após a publicação de um série de mensagens publicadas pelo site The Intecept Brasil, sobre a Lava Jato, o ministro pegou uma licença e supostamente teria se reunido com FBI, em Washington.
Alguns dias depois, o hacker Walter Delgatti foi preso pela Polícia Federal e admitiu ter hackeado os telefones celulares de promotores da Vaza Jato.
A apuração do site foi feita a partir de documentos oficiais, durante o período em que Moro esteve a frente no ministério.
Sergio Moro e Ministério da Justiça
O ex-ministro Sergio Moro foi procurado pelo site, no entanto, ele não respondeu aos questionamentos enviados por email.
O FBI, não pode realizar investigações em territórios estrangeiros, uma vez que a polícia americana não tem jurisdição no Brasil.
Com a saída de Moro do Ministério da Justiça, o presidente Jair Bolsonaro colocou no comando da pasta André Mendonça. E o ministro substituto iniciou o trabalho fazendo algumas alterações na estrutura administrativa do ministério.
Integrantes que foram nomeados pelo ex-juiz Sergio Moro, estão sendo substituídos por nomes indicados pelo presidente Jair Bolsonaro.
Nas próximas semanas, o mistério será divido novamente, ficará apenas Ministério da Justiça e outra da Segurança Pública. A intenção do governo é manter André na pasta da Justiça, área na qual ele tem bastante experiência, pois ele ocupou cargo na Advogacia-Geral da União (AGU).
Depoimento de Sergio Moro a PF
Nesta terça-feira (5) foi publicado o depoimento de Sergio Moro à Polícia Federal. O depoimento era para verificar a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode suspeita de crimes como falsidade ideológica e obstrução de Justiça.
No anúncio de sua saída do Ministério da Justiça, Moro acusou Bolsonaro de interferência na Polícia Federal.
No depoimento, Sergio Moro afirmou que Bolsonaro estava interessado apenas em uma superintendência, a do Rio.
Sergio Moro é o oitavo ministro a sair do governo Bolsonaro, antes ele era juiz responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba.
Bolsonaro acusa Moro de mentir em depoimento
O presidente Jair Bolsonaro, em frente ao Palácio do Planalto, mostrou o seu celular para os jornalistas, confirmou o diálogo no qual trata sobre a investigação da Polícia Federal de deputados do PSL, mas negou a interferência. Ele também assumiu que falou que era mais um motivo para demitir Valeixo.
Mesmo assim, Bolsonaro negou mais uma vez que tenha tentado interferir na PF e negou que pediu relatórios de investigação da Polícia Federal.