Ainda que durante o seu período de campanha, em 2018, o presidente da República, Jair Bolsonaro, tenha afirmado que nunca faria alianças políticas com parlamentares que, para ele, fossem símbolos da “velha política”, isso, porém, parece ter mudado ao longo do seu segundo ano de Governo.

Uma série de cargos importantes foram distribuídos em várias pastas da gestão de Bolsonaro para políticos que possuem a reputação de ser os “caciques políticos” do grupo conhecido como Centrão. Os cargos em questão, segundo informações do Metrópoles, pertencem ao segundo e terceiro escalão das pastas.

Também segundo dos dados site citado, até o presente momento, os políticos do Centrão possuem o domínio de R$ 66,5 bilhões relativos ao Orçamento da União. Os dados em questão estão no Portal da Transparência.

É possível afirmar que os políticos do grupo em questão pertencem a partidos como o Republicados, o Avante, o Patriota, o PP, o PL, o PTB, o Pros, o PSD, o PRB e o PSC. Foram entregues para eles uma série de cadeiras que podem ser consideradas estratégicas dentro do governo federal.

Em troca, tais políticos somente têm que representar uma base de apoio a Jair Bolsonaro dentro do Congresso Nacional. O motivo para que o presidente da República tenha adotado essa tática está ligado ao fato de que a sua relação com os parlamentares do Congresso está desgastada.

Distribuição orçamentária dos cargos do Centrão

De acordo com informações veiculadas pelo Metrópoles, o posto que possui a previsão orçamentária mais alta destinada ao Central é o comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Tal fundo é responsável pela administração de R$ 54 bilhões.

Ao todo, duas pessoas foram indicadas para pertencer a cargos importantes nesse órgão, uma pertence ao PP e a outra ao PL.

No caso do último partido destacado, o parlamentar apontado para o cargo chegou a receber a bênção de Waldemar Costa Neto, o presidente do partido (e condenado pelo mensalão).

Ainda na última segunda-feira (1º), Walter Braga Neto, o atual ministro da Casa Civil, chegou a assinar também a nomeação de Marcelo Lopes da Ponte para atuar como presidente do FNDE.

Pelo cargo em questão ele receberá um salário de R$ 16.944,90 e, em momentos anteriores, Braga Neto atuava como chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira, considerado um dos grandes do Centrão.

Alguns dias antes da nomeação de Walter Braga Neto, no dia 18 de maio, Garigham Amarante, assessor técnico da liderança do PL na Câmara dos Deputados, também foi nomeado para um cargo no Fundo Nacional da Educação. Na ocasião, ele foi apontado como diretor de Ações Educacionais do fundo citado.