O jornal britânico Financial Times publicou neste último domingo (7) um editorial contra o presidente Jair Bolsonaro, questionando o compromisso do presidente brasileiro com a democracia e as instituições democráticas do país.
No texto é lembrado a respeito das participações de Bolsonaro em manifestações que contavam com pedidos como a defesa do fechamento do Congresso e do STF, além de vários pedidos de intervenção militar.
Um outro episódio que foi citado no editorial do jornal britânico foi a respeito do exemplo em relação à saída do secretário especial da Cultura, Roberto Alvim.
A situação aconteceu após a divulgação de um vídeo que foi feito pelo ex-secretário da Cultura do Governo de Bolsonaro, onde o mesmo usou de várias referências diretas ao ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels.
Após o vídeo acabar tomando grandes proporções, Alvim foi demitido do cargo e posteriormente substituído pela atriz Regina Duarte, que também já deixou o cargo na secretaria em questão.
Jornal britânico detona Bolsonaro
Ao longo do editorial feito pelo Financial Times, ainda é relembrado a respeito do passado como militar de Bolsonaro e como o mesmo acabou colocando dezenas de militares em cargos de alto escalão de seu governo, traçando um paralelo com a transição para a democracia depois da ditadura.
Esta transição em questão, que é citada pelo jornal britânico, acabou levando à criação da Constituição de 1988, que consolidou as instituições do país. De acordo com o jornal, estas, inclusive, estão atualmente na mira do presidente brasileiro.
No texto é citado que as instituições foram motivos para provocar a ira em Bolsonaro, que aparentemente está irritado com a investigação da Suprema Corte de uma operação relacionada a propagação de fake news, que contaria com a participação de um dos filhos do presidente.
O episódio citado se refere ao processo que está em curso atualmente no Supremo Tribunal Federal, que pode acabar atingindo Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Além disso, também foram lembrados os comentários que foram feitos por Celso de Mello, comparando a situação do Brasil com a da Alemanha nazista.
O jornal ainda afirmou que é notável que o temor tem ficado cada vez mais evidente, para que o presidente use a crise com o Legislativo e Judiciário para que seja levado adiante uma intervenção militar, como foi citado no texto em questão, diante da queda de sua popularidade e dos sérios problemas sanitários e econômicos pela qual o país está passando no momento agora.
O Financial Times, no entanto, destacou que acredita que as Forças Armadas não irão embarcar em uma tentativa de golpe neste momento.