Após a derrubada de várias contas nas redes sociais Facebook e Instagram ligadas a perfis bolsonaristas e assessores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de seus filhos, a Polícia Federal fez uma solicitação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que pudesse acessar a investigação feita pela empresa.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes atendeu a solicitação da PF, liberando acesso total à investigação do Facebook.

Manifestações antidemocráticas

Os perfis que foram derrubados das redes sociais são suspeitos de participação nos movimentos antidemocráticos, que pedem a derrocada do STF e ameaças contra os ministros da Suprema Corte.

A Procuradoria-Geral da República pediu a abertura de um inquérito que investiga blogueiros, parlamentares e empresários como organizadores desse tipo de manifestação. Com base neste inquérito, a PF realizou o pedido de acesso.

Facebook

Ao todo, o Facebook derrubou 35 contas e 14 perfis. Outras 38 contas também foram excluídas da rede social Instagram.

De acordo com a instituição, as contas movimentavam de forma coordenada a propagação de desinformação, caracterizando os comportamentos dos usuários como inautênticos.

Durante as investigações, cinco pessoas ligadas diretamente à família Bolsonaro foram identificadas. Sua movimentação nas redes sociais tinha como objetivo atacar membros políticos de oposição, divulgando em massa informações deturpadas.

Entre os identificados estão dois assessores parlamentares de Eduardo Bolsonaro e um assessor da presidência da República, próximo a Carlos Bolsonaro, ambos filhos do atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Parler

De acordo com matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo no dia 11 de julho, a derrubada das contas dos perfis bolsonaristas resultou na migração de pai e filhos –Jair, Flávio e Eduardo– para uma nova rede social, a Parler.

A rede social foi criada como uma alternativa ao Instagram e o Facebook e promete defender a liberdade de expressão, agindo sem censura. Criada por John Matze, a nova rede social acabou sendo um lugar para bolsonaristas chamarem de seu.

O Facebook realizou a operação em outros países além do Brasil. Nos Estados Unidos, grupos de conservadores de extrema-direita também foram penalizados ou banidos das redes sociais por propagar desinformação e usar discurso de ódio em suas publicações.

A nova rede social Parler acabou sendo adotada pelos conservadores americanos, o que pode ter alimentado a migração dos bolsonaristas.

Mesmo com acusações de propagação de discurso de ódio, manipulação do uso da plataforma durante as eleições presidenciais, e a criação de repórteres fictícios, os alvos alegam perseguição política e quebra da liberdade de expressão.