Algumas horas depois das declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem Partido) sobre ter acabado com a Operação Lava Jato, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro falou, na noite da última quarta-feira (7), que essas tentativas de acabar com a operação são a representação da volta à corrupção.

Ainda, Moro declarou em suas redes sociais que isso mostra a vitória da velha politica e dos esquemas que acabam com o país e colocam a economia e a democracia em situação frágil. Disse que “esse filme” seria bem conhecido. “Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?”, questionou.

Sergio Moro, que saiu do governo Bolsonaro rompido com o presidente, acusando Bolsonaro de interferir nas ações da PF (Polícia Federal), respondeu à declaração da quarta-feira (7) à tarde.

Numa cerimônia que era sobre a desburocratização do setor da aviação, o presidente declarou que a Lava Jato havia acabado porque, segundo Bolsonaro, em seu governo não havia corrupção.

Ainda disse que é um orgulho e uma satisfação que ele tem a dizer para a imprensa que ele não deseja acabar com a operação, mas acabou com a Lava Jato porque não há mais nenhuma corrupção no governo. Ainda encerrou afirmando que isso não é nenhuma virtude, mas sim uma obrigação.

O presidente recebeu muitas críticas, principalmente dos ex-aliados, por tomar essas decisões que vão contra quem defende a operação que começou em 2014.

Entre essas decisões foi a nomeação de Kassio Nunes para o Supremo Tribunal Federal (STF), com um juiz considerado como garantista.

Além disso, o presidente tem adotado nesses últimos meses um discurso muito mais pragmático e dado prioridade a ter uma boa relação tanto com o Judiciário quanto com o Congresso, contrário ao seu discurso crítico que adotou na eleição.

Críticas do Bolsonaro a Moro

Na última quinta-feira (8) pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro fez duras críticas ao seu ex-ministro Sergio Moro, em uma cerimônia de encerramento de um curso que forma agentes da PF (Polícia Federal).

Disse Bolsonaro que o compromisso é com o combate à corrupção. Bolsonaro salienta ter colaborado com a PF, ajudando a escolher os ministros não por critério politico ou apadrinhamentos, mas seria por competência, assim como o ministro da Justiça, André Mendonça.

Bolsonaro pediu desculpas, mas disse que André Mendonça seria muito melhor que o outro –referindo-se ao ex-ministro Moro– que deixou o governo há pouco tempo. Por fim, afirmou não ter problema nenhum de a Polícia Federal investigar seus ministros, muito diferente do que acontecia no passado.