A edição desta sexta-feira (4) do jornal O Estado de S. Paulo divulgou informações que afirmam que youtubers apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estariam se beneficiando com acesso privilegiado a informações vindas diretamente do Governo federal e, além disto, estariam faturando mensalmente até R$ 100 mil.

A informação divulgada pelo periódico está no inquérito dos atos antidemocráticos que o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu para apurar o financiamento e a organização de manifestações antidemocráticas. O jornal teve acesso ao inquérito de 1.152 páginas, que foi o resultado de sete meses de diligências.

Harmonia

Segundo o que foi relatado pelo Estadão, havia um relacionamento harmonioso entre a Secretaria de Comunicação do governo federal (Secom) e os youtubers participantes do chamado "gabinete do ódio", o grupo de influenciadores digitais que estaria atuando dentro do próprio Palácio do Planalto para atacar nas redes sociais opositores do governo de Jair Bolsonaro.

Allan dos Santos

Ainda de acordo com O Estado de S. Paulo, o blogueiro Allan dos Santos, responsável pelo blog Terça Livre, tem interlocutores que atuam obtendo informações diretamente do gabinete do líder do Executivo.

Seriam estes interlocutores, segundo a reportagem: Tércio Arnauld Tomaz, assessor especial da Presidência da República, e o Coronel Mauro César Barbosa Cid, ajudante de ordens.

No inquérito, Tércio Arnaud é descrito como o responsável por fazer a ligação entre o governo e os youtubers beneficiados com acesso privilegiado ao presidente da República e que estariam ganhando mensalmente até R$ 100 mil.

Tércio seria o responsável por repassar vídeos do presidente Jair Bolsonaro e seria participante de um grupo no WhatsApp com os blogueiros para debater "questões do governo".

Mensageiro

Assim se descreveu o Coronel Mauro Barbosa Cid em depoimento, ele seria um leva e traz de recados de Allan dos Santos para o presidente Bolsonaro.

A investigação realizada pela Polícia Federal (PF) ainda está em andamento, porém tem tirado o sono do morador do Palácio da Alvorada por se aproximar cada vez mais dos militantes digitais de Jair Bolsonaro.

Até o momento, prestaram depoimentos mais de 30 pessoas, entre elas dois filhos de Jair Bolsonaro, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Carlos seria o líder do gabinete do ódio.

A reportagem do Estadão afirma ter pedido um pronunciamento da Secom sobre o caso desde a última sexta-feira (27), mas os três e-mails que foram enviados ao órgão não tiveram resposta.