O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), continua na sua luta contra o câncer. O político trata a doença desde 2019. Inicialmente, o tumor apareceu na região da cárdia, localizada na transição entre o estômago e o esôfago, e na última semana foi constatada metástase no fígado e nos ossos.

Covas foi internado na última quinta-feira (15), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Coletiva da equipe médica

Nesta quarta-feira (21), os médicos que cuidam do prefeito conversaram com a imprensa. O infectologista David Uip fez um resumo do quadro clínico do político.

"Como todos sabem, o prefeito internou no Hospital Sírio-Libanês para fazer sua avaliação rotineira. Ele faz isso sequencialmente durante o ano. E nessa última avaliação, os exames de imagem, os exames endoscópicos e os exames gerais mostram um avanço da doença, tanto na região do fígado, como também no aparecimento de lesões ósseas", informou.

Os resultados ruins dos exames exigiram uma mudança na rotina de tratamento. "Isso fez com que os oncologistas (...) fizessem uma nova proposta terapêutica composta de dois quimioterápicos e dois imunobiológicos. Em paralelo, houve uma decisão do grupo de fazer uma complementação alimentar através de soros injetados por via parenteral, por conta que nós entendemos que o prefeito emagreceu e ele precisava dessa complementação que é e será feita durante as madrugadas, quando o prefeito dorme.

Ele tem um cateter central e nesse cateter são introduzidos alimentos por via venosa", disse Uip.

Sem previsão de alta hospitalar

Com o agravamento da situação, Uip explicou que não tem com precisar uma data de alta para o prefeito. "Então, esse tratamento começou, havia uma previsão de alta para o início da semana, mas houve um fato novo.

A inflamação causada pelo tumor, provavelmente esse tumor que se localiza no fígado, causou um acúmulo de líquido no abdômen e o acúmulo de líquido no pulmão, especificamente entre as pleuras. Por conta disto, nós solicitamos a presença do doutor Angelo Fernandes, que providenciou a drenagem desse líquido intrapleural, tanto do pulmão esquerdo quanto do pulmão direito", explicou.

David Uip detalha o tratamento. "Quando isto é feito, é colocado um dreno de cada lado [do pulmão] e o momento de se retirar esses drenos é quando esse fluxo de líquido diminui. Isto vem acontecendo, mas nós entendemos que até a retirada desses drenos pelo doutor Angelo, o prefeito deve continuar internado. A retirada de dreno não tem data previsível, porque depende dessa diminuição de fluxo. Nesse momento, o prefeito está bem. Se adequou de forma regular ao tratamento com quimioterápicos e imunobiológicos. Já começou a alimentação parenteral e continuará internado até que aja uma decisão da retirada de drenos e a acomodação dessa situação', completou.

Ainda segundo o médico, Bruno Covas tem feito o trabalho que é possível, mesmo internado.