O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi o entrevistado desta sexta-feira (30) do programa "Pânico", da rádio Jovem Pan. O político foi o deputado mais votado da história na eleição de 2018, com quase dois milhões de votos. E claro, suas opiniões têm repercussão, já que é filho do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

CPI da Pandemia

Nesta semana, foram iniciados os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid, para apurar eventuais crimes ou omissões do presidente Jair Bolsonaro na condução de políticas para o enfrentamento ao coronavírus no país.

Para o filho do presidente, a comissão é tendenciosa e está trabalhando para manchar a imagem do presidente junto a opinião pública. "Já nasce viciada [a CPI], não só pela questão da vida pregressa de determinadas figuras, mas também pelo interesse. Poxa, o Renan Calheiros (MDB), senador relator que é o principal papel daquela CPI, que vai fazer e analisar e colocar no papel aquilo que provavelmente vai para o Ministério Público. O filho dele é governador de um dos estados [Renan Filho, governador de Alagoas]. Será que ele [Calheiros] vai ter a capacidade e a imparcialidade para não acusar o filho dele caso tenha cometido algum erro? É óbvio que não", reclamou Eduardo.

Em seguida, Eduardo Bolsonaro tentou fazer uma analogia para explicar seu posicionamento contrária a CPI.

"Deixa eu trocar as figuras, imagina se o Flávio Bolsonaro fosse o relator dessa CPI, o quê que iam falar? ‘Ah, a CPI é para passar a mão no Governo’, ‘a CPI não vai investigar nada no governo'. Agora, ele próprio [Calheiros] não deu aos seus pares senadores o trabalho de fazer um movimento para retirar ele da relatoria porque ele sequer candidatou.

Agora, faltou a outras figuras ali do Senado ter essa maturidade", reclamou.

Vacinas

Eduardo elogiou a atuação do governo Bolsonaro em várias questões referentes à pandemia, uma delas a vacinação. O presidente tem sido alvo de críticas por não ter comprado as vacinas com maior antecedência e por ter desdenhado dos imunizantes, em especial a Coronavac, desenvolvida pela China.

"O governo está muito tranquilo. A vacinação que nós temos aqui, nós estamos aí em quinto, talvez quarto no mundo. Outros países gostariam de ser o Brasil. Todos os nossos vizinhos gostariam de ser o Brasil", disse.

O filho do presidente ainda fez questão de exaltar o Brasil no que tange a vacinação em massa. "Se você tirar os países que produzem a vacina, que tem a cadeia completa desde o IFA [Ingrediente Farmacêutico Ativo] até a aplicação [da vacina], que são China, Índia, Estados Unidos, Reino Unido, se tirar esses países, o que mais está vacinando no mundo é o Brasil", disse. O Brasil, no entanto, está em 57º lugar no mundo considerando o número de doses aplicadas a cada 100 habitantes, segundo dados do site Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford, no Reino Unido.