Voto impresso ou voto auditável tem sido alvo de discussões em Brasília. De um lado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) defende o sistema brasileiro, afirmando que ele é totalmente confiável. Por outro lado, a segurança das urnas eletrônicas tem sido contestada. A polêmica foi fomentada nos últimos tempos, depois que o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), disparou contra as urnas eletrônicas, dizendo inclusive haverá fraude nas eleições de 2022.
Eduardo Bolsonaro
O deputado federal, filho do presidente, é um dos defensores do voto impresso.
Ele falou nessa segunda-feira (18) na primeira sessão da Comissão do Voto Auditável.
"Essa pauta aqui que eu relembro, ela não é de hoje, em algumas oportunidades esse Congresso já pode se expressar com relação a essa matéria. Recordo, na legislatura passada, quando a emenda proposta pelo então deputado Jair Bolsonaro foi aprovada com mais de 440 votos, a emenda na reforma eleitoral, trazer naquela época o chamado voto impresso. Naquela oportunidade, Dilma Rousseff, presidente, vetou esse projeto e [ele] retornou aqui para Câmara. Nós derrubamos a matéria com mais de 360 votos. O quê que eu quero dizer com isso, é que como a votação tão ampla na Câmara dos Deputados, superior em muito ao chamado quórum de PEC, que são 308 votos, eu acho que tem tudo para esse Congresso, que é mais conservador do que o passado, para que a gente possa colocar essa matéria adiante", disse.
Para Eduardo Bolsonaro, a mudança pode ganhar apoio inclusive na esquerda. "Lembrando que não é uma pauta meramente de conservadores. Se nós fomos destacar historicamente, Leonel Brizola foi o primeiro a falar, a contestar a informatização da eleição de 1982, no Rio de Janeiro. E ele acabou causando ali uma certa polêmica, mas ele teve o seu pleito atendido", pontou.
Auditoria
O político defende uma segurança maior no processo eleitoral, mesmo que não tenha sido registrado nenhum caso de adulteração nos resultados de pleitos anteriores.
"O que a gente fica insatisfeito é como que até hoje a gente não tem uma maneira de auditar as nossas urnas. Da mesma maneira que nós não temos como comprovar que houve fraude, o outro lado também não tem como comprovar que não houve fraude", alegou.
Para Eduardo Bolsonaro, a mudança também traria mais crédito no sistema eleitoral junto à população brasileira. "É isso que a gente quer colocar um ponto final aqui. Para que a eleição seja tão simples quanto necessária, para que o mais ignorante dos eleitores entenda como ocorre o processo. Para ele se sentir parte desse que é provavelmente o ato mais sublime da nossa democracia", comentou.