Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), foi o entrevistado do programa "Direto ao Ponto", da rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (3). O polêmico ministro ficou no importante Ministério de abril de 2019 a junho de 2020, quando foi exonerado pelo presidente da República. Weintraub, durante sua gestão, envolveu-se em diversas polêmicas, desde acusações sobre o uso de drogas em faculdades até declarações conflitantes com a China e o STF (Supremo Tribunal Federal). Atualmente, ele ocupa um cargo no Banco Mundial.
Fechamento de escolas e possível retorno ao país
No começo da entrevista, Weintraub foi indagado a respeito do fechamento das escolas, no início da pandemia do coronavírus, quando ele ainda era ministro. Para ele, a interrupção das atividades escolares foi um equívoco.
"Eu falei que era cedo para fechar as escolas, não tinha ainda a contaminação [pela Covid-19]. Esses meses a mais poderiam ter tido uma orientação dos professores aos alunos. A gente conseguiu distribuir material didático a tempo. Acho que foi a primeira vez na história que os livros chegaram antes do início das aulas. Então, o material foi todo distribuído, mas faltou um pouco de orientação e as crianças ficaram alguns meses sem comida, uma coisa muito importante.
A gente poderia ter feito de uma forma menos abrupta para todo mundo se não houvesse um pânico, porque ainda não havia casos [do coronavírus] no Brasil na época que foi tudo fechado, mas eu não queria polemizar nisso", disse.
Trabalhando nos Estados Unidos, Weintraub afirma que pode voltar ao Brasil no futuro.
"Eu pretendo voltar ao Brasil, porque o Brasil é meu país.
Não sou gringo. Eu tenho o nome que parece uma estação de rádio, um nome alemão, né!? Abraham Weintraub. Meus avós vieram da Europa depois da Segunda Guerra Mundial, sobrenome alemão. O primeiro nome americano. Mas, a família da minha mãe tá no Brasil desde sempre", comunicou.
Futuro na política
O nome do ex-ministro tem sido cogitado para concorrer à eleição para governador de São Paulo.
"Não sei. O que eu disponho a fazer que eu já comentei várias vezes é o seguinte: ajudar evitar que o Brasil vire uma Venezuela. Mais importante que o cargo, que eu vá ocupar é a gente estruturar um time, uma estratégia para que você consiga evitar esse crescente autoritarismo e fim de monopólios, oligopólios, que estão sendo montados e reforçados no Brasil, junto com o marxismo cultural, isso tem que ser interrompido. Continua crescendo com impunidade e corrupção", afirmou.