Luiz Henrique Mandetta foi a primeira pessoa a ser ouvida na CPI da Pandemia, nesta terça-feira (5). Os senadores decidiram por uma ordem cronológica para escutar os envolvidos na apuração de eventuais crimes ou omissões do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento da pandemia do coronavírus.
A comissão parlamentar de inquérito deverá se debruçar no possível atraso da compra de vacinas para imunização da Covid-19 e a receita de remédio sem eficácia comprovada para tratar a doença, como a cloroquina.
Mandetta foi ministro da Saúde de Bolsonaro de janeiro de 2019 até abril de 2020 e exonerado depois de desgaste na relação com o presidente.
Pandemia no Brasil
Em 2021, o país virou o epicentro da pandemia no mundo. O Brasil chegou a registrar mais de quatro mil mortes diárias em virtude da doença. Neste ano, os brasileiros enterraram mais pessoas pela doença do que em todo 2020. Hoje, o Brasil se aproxima dos 410 mil óbitos por causa do coronavírus.
A vacinação continua a passos lentos e isso também será alvo de investigação da CPI. Em meados do ano passado, o presidente Bolsonaro chegou a desdenhar das vacinas, em especial da Coronavac, desenvolvida na China e defendida pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Havendo uma politização do tema. Bolsonaro ainda defendia o tratamento precoce com medicamentos sem efetividade comprovada pela ciência.
Atualmente, cerca de 15% dos brasileiros (32 milhões de pessoas) já foram vacinados com a primeira dose, e a segunda dose foi aplicada em pouco mais de 7% daS pessoas (16 milhões).
Depoimento de Mandetta
O ex-ministro começou sua fala na CPI fazendo um balanço do seu início de gestão no Ministério da Saúde em 2019 até chegar o início das notícias a respeito do surgimento do novo coronavírus na China, no último trimestre de 2019.
Já no início de 2020, Mandetta afirmou que medidas foram tomadas com a expectativa da chegada da doença.
Mandetta ainda disse que somente em 11 de março de 2020 a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou a pandemia da doença, período em que ele já se reunia com autoridades nacionais e internacionais para enfrentamento do vírus.
Segundo o ex-ministro, a tomada de decisão tinha três pilares. "A defesa intransigente da vida, que foi o princípio número 1, não haveria nenhuma vida que não fosse valorizada. [Segundo] O SUS [Sistema Único de Saúde] como meio para atingir. [Terceiro] E a ciência como meio de decisão", disse.
Este foi o resumo da introdução de Mandetta, que ainda será sabatinado pelos senadores na sessão desta terça-feira (4).