Neste sábado (29), diversos brasileiros foram às ruas em manifestações para expor sua indignação com o Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua atuação no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Os atos aconteceram em mais de 200 cidades pelo país, em todos os estados e no Distrito Federal. Os atos pediam o impeachment do presidente da República, mais vacinas e políticas de ação social para auxiliar a população brasileira que convive com a fome, miséria e o desemprego.
A coalizão de movimentos de esquerda e estudantis organizaram os protestos para o fim de semana, dentre eles se destacam a União Nacional dos Estudantes (UNE), Frente Povo Sem Medo e diversos sindicatos de trabalhadores e servidores públicos.
Jornais internacionais repercutiram o fato, visto que o movimento teve grandes proporções e ocorreu por todo o território brasileiro. O britânico The Guardian colocou em sua página principal "Tens of thousand of Brazilians march to demand Bolsonaro's impeachment" que, em tradução livre, diz que dezenas de milhares marcharam pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
O americano New York Post, o francês Le Monde, o argentino La Nación e o espanhol El País deram grande destaque aos atos populares que ocorreram no sábado.
Primeiras manifestações contra o governo Bolsonaro
Desde que se iniciaram as políticas de fechamento e restrição para a circulação de pessoas, que foram adotadas com a disseminação da Covid-19, atos populares dessa dimensão só foram registrados por apoiadores do governo.
Eles frequentemente atacavam as medidas de isolamento social e algumas vezes pediam o fechamento de instituições da democracia brasileira, como o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Desde então, esta foi a primeira vez em que brasileiros contrários ao governo marcharam pelas ruas. Os manifestantes que estavam presentes no ato deste sábado solicitaram que as pessoas presentes utilizassem máscaras, álcool em gel e também que mantivesse o distanciamento social para evitar o risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Apesar do pedido, houve registros de aglomerações, mas a maioria dos militantes utilizava equipamentos de proteção. Representantes dos movimentos estudantis, que ajudaram a organizar as manifestações, afirmaram que o governo se tornou mais letal que o vírus e, por isso, a presença do povo na rua se fez necessária.
Jornais internacionais dão destaque para as manifestações
Diversos veículos de mídia do planeta noticiaram a reação dos brasileiros contra o governo e alguns colocaram em suas páginas principais as imagens dos manifestantes que marcharam pela avenida Paulista, em São Paulo, um dos locais mais emblemáticos e que registrou mais manifestantes.
Internautas chegaram a criticar a mídia brasileira, especificamente os jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, pois no domingo (30) as capas das edições impressas dos dois jornais não falavam nada, ou muito brevemente, sobre o gigantesco ato ocorrido no dia anterior. Muitos se disseram decepcionados com as atitudes dessas empresas de comunicação e acusaram-nas de corroborar com o "genocídio" em marcha no Brasil.