O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na TV na noite desta quarta-feira (2) rendeu várias reações de líderes políticos e dos brasileiros. Em um dos momentos de sua fala, Bolsonaro prometeu que todos os brasileiros serão vacinados até o final deste ano. Entretanto, a fala do mandatário foi criticada pela CPI da Covid, que investiga as ações do Governo durante a pandemia.
Após Bolsonaro prometer Brasil vacinado até o final do ano, CPI reage
Logo após o pronunciamento do presidente, integrantes da CPI lançaram uma nota nas redes sociais criticando a promessa de Bolsonaro.
A carta diz que a celebração do presidente em relação às vacinas vem muito tarde, sendo "um atraso fatal e doloroso". Segundo o documento, o país almejava que essa fala do presidente viesse com o mesmo tom no dia 24 de março do ano passado, quando "inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’".
O documento ressalta que foram 432 dias de atraso e quase 470 mil brasileiros mortos em decorrência disso. A CPI qualificou como algo desumano e indefensável. "Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável", diz trecho da carta. Isto porque, segundo a CPI, a fala do líder deveria acontecer no momento de aceitação das vacinas da Pfizer e Butatan em 2020, sendo as doses suficientes para imunizar a metade dos brasileiros.
Os membros da CPI destacam ainda que ao invés de buscar adquirir mais vacinas para o país, o presidente optou por sabotar a ciência, desqualificar vacinas, contribuir para estimulação de aglomerações, mostrando-se contra as medidas de isolamento e prescrevendo medicamentos sem eficácia comprovada pela ciência.
Comissão diz que Bolsonaro sentiu pressão da sociedade e da CPI
Segundo a CPI, a fala de Bolsonaro sobre as vacinas se deu após pressão da sociedade que foi às ruas no último sábado (29) protestar contra a lentidão de imunização do povo e, dentre outras coisas, pedir o impeachment do presidente. A comissão também pontuou que o trabalho da CPI pressionou Bolsonaro a fazer o discurso sobre imunizante da Covid em rede nacional nesta quarta-feira.
Panelaços durante pronunciamento de Bolsonaro na TV
O pronunciamento do presidente, de quase 5 minutos, foi recebido com panelaços em vários lugares do país. Além disso, muitos famosos repercutiram a fala de Bolsonaro.
Dentre os famosos estão o rapper Marcelo D2, o humorista Gregório Duvivier, o ator Antônio Tabet, a jornalista Vera Magalhães, entre outros. Alguns dos famosos destacaram que o chefe do executivo mentiu em sua declaração. O presidente garantiu que até o fim do ano todos os brasileiros que desejassem seriam vacinados.
Segundo informações do portal G1, até o dia primeiro de junho, 10,6% das pessoas receberam as duas doses do imunizante. A porcentagem corresponde a 22,6 milhões de brasileiros.
Alguém já tem quantas mentiras Bolsonaro falou hoje no pronunciamento?
— Marcelo D2 (@Marcelodedois) June 2, 2021