João Amoedo, um dos fundadores do partido Novo, conversou com o historiador e comentarista político Marco Antonio Villa. A entrevista foi transmitida, nesta terça-feira (8), no canal de Villa no YouTube. O empresário se candidatou nas Eleições presidenciais de 2018, quando ficou na quinta posição, alcançando 2,6 milhões de votos.

Nova candidatura e polarização

Amoedo informou que será novamente candidato a presidente no pleito do ano que vem. "Do ponto de vista nacional, você se envolver na política não é uma coisa simples de explicar. Mas porque eu fiz de novo essa opção, aceitando o convite [para concorrer]?

Como você bem falou, são os membros dos diretórios estaduais do Novo e diretório nacional, composto por 40 pessoas, que fazem esse convite, e 36 delas me convidaram a ser o pré-candidato do Novo em 2022", comunicou.

Para Amoedo, a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é prejudicial para o país. "Eu acho o seguinte, o Brasil está diante de um quadro de duas opções muito ruins. Eu acho que o povo brasileiro deveria se candidatar. Todo brasileiro que pode, deveria sair deputado estadual, sair deputado federal, para gente ter pessoas que tenham capacidade e competência na área pública. Eu, de novo, quis me colocar como alternativa para isso.

Já tinha feito isso em 2018. Obviamente, agora em 2022, apesar da batalha ser mais difícil, eu entendo que o ponto de largada é melhor, porque eu sou uma pessoa mais conhecida, já coloquei as ideias, o Novo é um partido muito mais conhecido, com representantes. Nós poderemos desta vez participar do debate na televisão, coisa que não aconteceu em 2018, porque o Novo estava começando e não tinha nenhum representante ainda no Congresso.

Agora, já temos oito deputados federais, lembrando que o mínimo é seis. E eu acho que a gente tem que trazer ideias novas para o Brasil. Não é possível que com a quantidade de habitantes que nós temos, com a qualificação dos brasileiros, nós fiquemos reféns das duas opções [Bolsonaro ou Lula], que no meu entender são opções populistas", reclamou.

Governo Bolsonaro

De acordo com o político do Novo, o Governo do atual presidente deixa a desejar em quase todas as áreas. "Um governo destrutivo. Ele [Bolsonaro] destruiu as instituições, ou tenta destruí-las, enfraquecê-las e cooptá-las. Ele destruiu o meio ambiente, ele destruiu as contas públicas, ele destruiu princípios e valores. Mesmo os órgãos de combate à corrupção, ele destruiu. Então, é um governo que tem sido muito destrutivo não só na operacionalização da máquina pública, como nos princípios e valores que a gente quer para uma nação. Tem sido um governo muito ruim. Não é à toa que eu tenho me colocado muito a favor do impeachment [de Bolsonaro]. Não só pelo governo ruim, mas principalmente porque ele cometeu crimes de responsabilidade", atacou.