Kim Kataguiri (DEM-SP), apesar da pouca idade, tem sido ativo nos embates políticos no Congresso Nacional, em Brasília. Seu nome surgiu em meados da década passada, quando era um dos líderes do MBL (Movimento Brasil Livre). O movimento paulistano teve atuação direta nas manifestações de rua que levaram ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Depois disso, candidatou-se e foi eleito em 2018.

Oposição a Bolsonaro

Antes apoiador do Governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em especial na campanha de 2018, hoje, Kataguiri é opositor ferrenho do chefe do Executivo federal.

Em vídeo postado nesta terça-feira (8) no seu canal de YouTube, o jovem político fez duras críticas ao presidente, depois que Bolsonaro declarou que quem achar que o auxílio emergencial é pouco pode fazer um empréstimo no banco.

"Respondendo a miseráveis que tão lá recebendo R$ 200, que não tão conseguindo trabalhar, tão fazendo bicos, se virando para sobreviver, a resposta do presidente é 'só ir no banco e fazer empréstimo'. Já entenderam a minha necessidade de usar adjetivos que extrapolam o exercício da função parlamentar?", reclamou.

Para Kim, o presidente acha que o dinheiro público é dele. "Ele realmente acha que fez uma caridade. Que ele tá tirando dinheiro do bolso dele para dar para a população, não que ele está cumprindo a função dele de presidente da República e exercendo o poder em nome da população.

Ele acha que o poder e o dinheiro é dele. Que é ele que está dando o dinheiro do auxílio. Que ele está dando esmola para a população e que é um favor que ele está fazendo. Do jeito que ele fala, está fazendo caridade", falou.

Auxílio emergencial poderia ser mais alto

Para Kataguiri, o auxílio deve continuar a ser pago, já que a pandemia do coronavírus ainda se faz presente.

"Primeiro, se a gente tivesse investido em vacina, a gente não precisaria estar dependendo agora de auxílio emergencial. A gente não teria o risco de ter uma terceira onda com a ocupação de leitos de UTIs dos hospitais aumentando. A gente poderia estar liberando geral, começando a fazer show já. Aglomeração de verdade", pontuou.

O deputado afirma que poderia pagar um auxílio de maior valor com outras formas de arrecadação. "R$ 300 bilhões em renúncia fiscal, privilégio tributário para setores da economia, que são sustentados pelos subsídios de outros setores, todos nós que trabalhamos fora das indústrias subsidiadas. (...) Pegar todo mundo que recebe mais de R$ 5 mil no funcionalismo público, botar um corte de 5%, que seja, a gente conseguiria pagar facilmente um auxílio de R$ 1 mil. Com corte na máquina pública e enxugar", explicou.