O ministro das comunicações, Fábio Faria (PSD-RN), foi o convidado desta terça-feira (15) do programa "Pânico", da rádio Jovem Pan de São Paulo.
TV Brasil
Dentre as questões abordadas com o ministro, ele foi indagado a respeito da TV Brasil. A emissora de televisão é bancada com dinheiro público e já foi criticada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), antes dele assumir o mandato em janeiro de 2019, quando a apelidava de TV Lula. "TV Brasil, agora, que é EBC, está no BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social].
Fizemos uma reunião no PPI [Programa de Parcerias de Investimento], nós temos a secretaria de desestatização. Nós levamos a EBC para lá. O BNDES contratou consultoria que vai nos mostrar em noventa dias, já se passaram trinta [dias], qual será o modelo que podemos implementar na EBC, na TV Brasil. Se vai ser venda de ativos, se a gente vai conseguir fazer privatização. Eles vão fazer o estudo e nos mostrar. E a gente, de acordo com o estudo, vai acelerar. Como foi prioridade o programa de governo do presidente e assim já fez, já está lá em estudos. Assim como foi feito com os Correios. Foi primeiro para o BNDES, contratou uma consultoria, fizemos um PL [projeto de lei] e o PL vai ser votado em breve na Câmara'', explicou.
Imagem do Brasil no exterior
Grande parte da imprensa estrangeira tem criticado o Brasil em diversas questões, que vão do combate à pandemia da Covid, meio ambiente, a economia. No início do mês de junho, a revista britânica The Economist sugeriu em uma de suas reportagens que o Brasil devia se livrar de Bolsonaro nas próximas eleições.
Para o ministro das Comunicações, essa linha editorial da imprensa internacional é culpa de uma militância da esquerda, e não dos equívocos que são atribuídos ao governo Bolsonaro. "Temos uma mídia tanto nos Estados Unidos, como na Europa, uma mídia de esquerda. Isso já acontece há muito tempo. Se você for olhar a maioria dos veículos lá quem dá entrevista é o Haddad, Dilma, Lula, sempre integrantes de esquerda, que eles tomam conta da mídia, e como Bolsonaro é um presidente de direita, onde a grande maioria dos países migraram para a esquerda, ele é um presidente a ser combatido.
Então, existe uma combinação ali entre eles de jogar matérias negativas. Por exemplo, Wall Street Journal, na semana passada, fez uma capa positiva falando em relação à economia. Que o Brasil tem demonstrado que vai crescer em torno de 5%, cresceu 1,2% no trimestre apesar da pandemia. Quando eu reproduzi essa matéria falando da parte positiva da economia a maioria dos jornalistas daqui entraram em pânico, literalmente, porque eles não aceitam nenhuma matéria positiva saindo com relação ao Brasil lá fora. Muitos desses jornais têm correspondentes aqui e esses correspondentes procuram mídia negativa'', reclamou.