Nesta segunda-feira (28), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), comentou sobre o caso Covaxin em conversa com seus apoiadores no Palácio da Alvorada. A investigação de supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin tem sido um dos assuntos mais comentados recentemente e se tornou um dos temais principais da CPI da Covid no Senado.
Bolsonaro diz que confia nos ministérios
Em conversa com seus apoiadores, o chefe do Executivo federal afirmou que possui confiança em seus ministros e que não sabe de tudo que acontece nos ministérios.
Ele afirmou que recebe todos e que não sabia da questão de como estava a situação da Covaxin porque, segundo ele, são 22 pastas e não tem como saber de tudo que ocorre nelas.
"Não tenho como saber. O da Damares [Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos], o da Justiça, o da Educação. Não tenho como saber o que acontece nos ministérios, vou na confiança em cima de ministro, e nada fizemos de errado", disse Bolsonaro.
Miranda fala sobre supostas irregularidades
Luis Ricardo Miranda, chefe do setor de importação do Ministério da Saúde, afirmou em depoimento à CPI da Covid que notou irregularidades na aquisição da vacina indiana Covaxin.
O servidor do Ministério da Saúde afirmou que ele e seu irmão, o deputado federal Luiz Ricardo Miranda (DEM-DF), comunicaram a Bolsonaro acerca das supostas irregularidades, quando se reuniram com ele no dia 20 de março deste ano.
Luis Ricardo Miranda afirmou que não assinou um documento acerca da compra da Covaxin porque havia irregularidades. O ex-chefe disse que o preço descrito no documento era acima do contratado e os números de doses, menor do que o contratado. Além disso, ele informou que o documento estava em nome de uma empresa que possui sede em Cingapura, a Madison.
Mas, no contrato, a fabricante que consta é Barath Biotech.
Miranda diz que Bolsonaro citou Ricardo Barros
Ainda em seu depoimento à CPI da Covid, Miranda afirmou que quando comunicou Bolsonaro sobre as irregularidades da Covaxin, ele teria dito que isso se tratava de coisas de “fulano”. Miranda relutou a dizer quem seria o tal fulano, mas após pressão dos senadores, ele confirmou que se tratava do líder do governo, Ricardo Barros.
No dia de seu depoimento à comissão, o deputado Miranda foi usando um colete à prova de balas e uma Bíblia. Ele disse que Bolsonaro foi avisado sobre as supostas irregularidades, e os senadores da Comissão pretendem apresentar uma notícia-crime contra o mandatário ao STF por suposto crime de prevaricação nesta segunda-feira.