A ministra Ana Arraes, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), concedeu a autorização para que seja aberto um processo administrativo disciplinar contra Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, auditor do órgão. O motivo seria porque ele está sendo apontado como o autor de um “estudo paralelo” que diz que cerca de 50% das mortes por Covid-19 registradas no país em 2020 não ocorreu de fato por conta da doença.

Auditor do TCU é afastado

O auditor suspeito de elaborar um estudo falso sobre mortes por Covid-19 foi destituído de suas funções, segundo informações de Renata Agostini, analista política da CNN.

Marques trabalhava na fiscalização sobre os gastos que dizem respeito à Covid-19 no país.

A CNN informou que os ministros do TCU já estavam cobrando o afastamento do auditor logo após a repercussão do caso.

Entenda o caso

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou em conversa com apoiadores no Alvorada, nesta segunda-feira (7), que ele divulgaria um relatório do TCU que questiona 50% das mortes atribuídas como causa a Covid-19. O mandatário disse que a imprensa não fez questão de divulgar tal documento, mas que ele iria fazer isso.

Entretanto, após a fala do presidente, o TCU fez questão de divulgar uma nota contestando a informação dada por ele. O órgão informou que não há nenhum relatório do órgão questionando o número de mortes por Covid-19 no Brasil.

Após a situação, o órgão abriu investigação para apurar de onde teria saído a informação divulgada pelo presidente da República. Sendo assim, o auditor foi afastado de suas funções e pode sofrer punição severa.

Auditor foi indicado por filhos de Bolsonaro para BNDES

Segundo informações do colunista Valdo Cruz, do portal G1, Marques foi indicado pelos filhos do presidente para o BNDES.

Entretanto, o TCU barrou a indicação. O colunista afirmou que tentou entrar em contato com o auditor, mas não obteve resposta. Também tentou resposta dos filhos do presidente, que até o momento não responderam.

Ainda segundo informações do colunista, quando barraram a indicação do auditor para o BNDES, Bolsonaro entrou em contato com José Múcio, que era o presidente do tribunal, para pedir que liberasse o servidor.

Entretanto, mesmo após pedido de Bolsonaro, isso não aconteceu.

Na época, a presidência do TCU avaliou que não poderia ceder o auditor para o BNDES e que, caso ele quisesse ir para o banco estatal, deveria se desligar definitivamente das funções do tribunal.

Na ocasião, segundo informações do colunista, Marques foi indicado pelos filhos de Bolsonaro para assumir uma diretoria do BNDES. Marques é considerado como um aliado de Bolsonaro no TCU.