Nesta segunda-feira (9), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que há a possibilidade de a PEC (proposta de emenda à Constituição) que aborda o voto impresso ser derrotada na Câmara dos Deputados. A pauta deve ser colocada em votação nesta semana no plenário da Câmara. Durante entrevista concedida à Rádio Brado, o presidente apontou que, sem o devido acordo, não há como a PEC ser aprovada.

Ainda durante a entrevista, Bolsonaro subiu o tom mais uma vez ao falar do ministro do STF (Superior Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, afirmando, sem provas, que o magistrado "apavorou os parlamentares" para barrar o avanço do voto impresso.

"[O Arthur Lira] vai [chamar para plenário], mas se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque Barroso apavorou alguns parlamentares. E tem parlamentar que deve alguma coisa na justiça, deve no Supremo. Então o Barroso apavorou, ele foi para dentro do parlamento fazer reunião com lideranças e praticamente exigindo que o Congresso não aprovasse o voto impresso", disse Bolsonaro.

Vale lembrar que na quinta-feira (5), a PEC do voto impresso foi rejeitada pela comissão especial. O placar expressivo de 23 votos contrários contra 11 favoráveis foi uma dura derrota para o Governo. Contudo, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entende que o caráter do colegiado é apenas opinativo, jamais conclusivo, optando por encaminhar a votação para o plenário.

Lira e o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, já comunicaram a Bolsonaro a intenção de pautar a PEC, mas pediram que, em caso de rejeição, o presidente desista de endossar o discurso e proferir ações contra ao sistema atual da urna eletrônica. Em entrevista à rádio CBN, o presidente da Câmara garantiu que Bolsonaro respeitará a decisão do parlamento.

Bolsonaro envia MP do Novo Bolsa Família

Bolsonaro entregou nesta segunda-feira (9) a MP (medida provisória) que do novo Bolsa Família. Contudo, a MP ainda não estabelece o novo valor concedido pelo benefício social. Os valores em questão serão definidos apenas nos próximos meses, quando o governo organizar o Orçamento.

A expectativa de Bolsonaro é de que o valor seja 50% maior do que é atualmente. Vale lembrar que o benefício médio atual ro programa é de R$ 189. Com queda de popularidade desde o ano passado, Bolsonaro mira em turbinar o Bolsa Família.

Com o pagamento do auxílio emergencial, o presidente viu seus números estabilizarem à época. Antes contrário ao benefício do qual foi um crítico ferrenho do passado, hoje Bolsonaro se convence das vantagens que pode conquistar investindo em um forte lado social do governo.