Pastores evangélicos estão usando as redes sociais para "profecias" relacionadas às manifestações do dia 7 de setembro em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A própria data já está sendo utilizada como argumento, sendo o numeral sete um número cabalístico. As informações são do portal UOL.
Espiritualidade
O livro do Apocalipse, último da Bíblia, retrata os fins dos tempos de acordo com o cristianismo. Os pastores estão relatando "visões" de episódios citados no livro e comparando a situação atual a um tipo de batalha espiritual. O intuito é reunir o maior número de fiéis para os atos em defesa de Bolsonaro marcados para o Dia da Independência.
Vídeos
O apoio de pastores não é novidade no Governo de Bolsonaro. Tais atitudes são comuns desde os tempos de campanha eleitoral de 2018.
No entanto, os vídeos têm um teor bastante preocupante, pois "sugerem" soldados e civis invadindo o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional. Este assunto também não é novidade, ameaças deste teor já vem ocorrendo há algum tempo.
Os materiais que viralizaram nas redes sociais como Instagram, Facebook, YouTube e até mesmo o TikTok falam também sobre espiões em meio ao povo e o receio de que exista um grande risco em torno da liberdade religiosa no Brasil.
Profecias
O pastor batista, sociólogo e pesquisador do ISER (Instituto de Estudos da Religião) Clemir Fernandes, afirmou que este tipo de profecia sempre fez parte dos campos religiosos, no entanto, era um assunto que se limitava aos fiéis e ambientes das igrejas.
Como a "batalha espiritual" acabou se aproximando muito do meio político, o pastor afirma que as manifestações do dia 7 de setembro acabaram se tornando um prato cheio para novas "revelações".
Apesar de os atos políticos terem como foco da exigência do voto impresso ao combate ao comunismo, os pastores estão usando o suposto risco à liberdade religiosa para reunir um maior número de fiéis.
Os protestantes são os que mais representam as tais profecias devido ao histórico de perseguições que sofreram durante os anos, inclusive por parte da Igreja Católica.
Os protestantes representam hoje 31% dos fiéis do país, ficando atrás apenas dos católicos (50%). Apesar de serem o segundo maior grupo religioso do Brasil, os fiéis ainda usam o termo "minoria".
Os vídeos falam sobre o STF como inimigo do povo de Deus, falam também sobre os homossexuais e a liberdade de poderem defender que são pecadores. Os pastores ainda argumentam que o objetivo da oposição é banir Deus da democracia e calar a voz dos fiéis, causando assim uma falsa impressão de que a igreja está sendo perseguida e juntando fiéis através do medo da tal "perseguição".