Na noite desta terça-feira (25), um morador do bairro Carvalhada, na zona sul de Porto alegre, Rio Grande do Sul, registrou ocorrência na delegacia da região. Ele dizia ter recebido uma correspondência que dava instruções para que ele atirasse ácido nas pessoas da região.

De acordo com o homem, a carta foi lançada em seu quintal durante a noite e relatava que ele deveria atirar o produto químico em pelo menos duas pessoas nas avenidas Wenceslau Escobar e Otto Niemeyer. Ainda segundo o texto da carta, se ele não realizasse o que foi ordenado, ele e os membros da sua família seriam atacados com o mesmo ácido.

O texto também mencionava que, além do ataque com o ácido, a família do homem sofreria uma espécie de “acidente”.

De acordo com o delegado da 13ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, Leonardo Coelho, responsável pela investigação do caso, os agentes estão trabalhando para tentar descobrir se a carta recebida pelo homem seria realmente uma espécie de motivação para que outras pessoas promovessem os mesmos ataques ocorridos desde o dia 19 de junho. Ainda conforme o delegado, em seu depoimento, o homem mencionou que estava em casa com sua esposa e filhos quando a carta teria sido arremessada em sua residência. Após ficar temeroso por conta do conteúdo da carta, o homem resolveu comparecer à delegacia e relatar o acontecido.

Entre as ameaças ao homem, a carta dizia que ele era um escolhido e que outras pessoas assim como ele já teriam praticado os atos. Os responsáveis pela correspondência mencionam ainda que a "organização" funciona como uma espécie de entidade.

“Esta carta pode ser uma espécie de contra-informação ou apenas uma brincadeira de muito mau gosto, mas até o momento não podemos descartar nenhuma possibilidade”, comentou o delegado.

Depois de ser entregue às autoridades, a correspondência foi devidamente encaminhada para o Instituto Geral de Perícia (IGP) para que os peritos analisem supostas impressões digitais deixadas na prova. Ainda conforme o delegado, o instituto ainda não enviou a ele a análise realizada nas roupas das vítimas.

Entenda o caso

Desde a última semana, pelo menos cinco pessoas ficaram feridas após serem atingidas por substâncias ácidas enquanto passavam pelas ruas de Porto Alegre.

No primeiro caso, uma mulher foi atingida por um homem que passava em uma bicicleta e que, em posse de uma garrafa pet, teria atirado o líquido transparente em seu rosto. Após ser medicada, a mulher procurou a polícia para registrar o boletim de ocorrência. O restante dos ataques na região foram promovidos por um homem em um carro branco. A maioria da vítimas sofreram várias queimaduras inclusive no rosto.