Após uma investigação realizada pela Polícia Civil, agentes da Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) prenderam nesta terça-feira (20), um casal por suspeitas de torturarem e matarem uma criança venezuelana de nome Aly, de apenas dois anos e sete meses no bairro de Rio Grande, na cidade de Canoas, região metropolitana de Porto Alegre. Os suspeitos são a mãe da menina, de 25 anos, e o padrasto da garota, um brasileiro de 36. Ambos foram detidos no bairro de São Miguel, na cidade de são Leopoldo após terem mudado de endereço por pelo menos quatro vezes.

O crime teria ocorrido no mês de junho deste ano, e de acordo com as autoridades, a razão pela morte da menina seria porque ela teria feito xixi na cama. Esta informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (21) pelo delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana, Mário Souza.

De acordo com a polícia, toda investigação do caso se iniciou após a morte da criança no hospital, na noite do dia 26 de junho, devido à suspeita de ela ter sido morta por maus tratos por parte da mãe e do padrasto. Em depoimento na delegacia, os suspeitos teriam mencionado que a menina teria sofrido um acidente em uma escada, mas em posse dos prontuários médicos e também do resultado do exame cadavérico realizado pelo Instituto Geral de Perícia (IGP), os policiais constataram que a menina sofria agressões, como surras e banhos gelados, como formas de castigo.

Uma agressão mais séria teria ocorrido quando criança teria feito xixi na cama, o que teria causado sua morte.

Ao falar sobre os resultados dos exames periciais realizados no corpo da criança, o delegado Mário Souza mencionou que a morte dela teria acontecido devido um evento de grande impacto, pois os resultados apontaram que a menina teria morrido por uma infecção e choque hemorrágico, e que a causa seria a ruptura de vários órgãos como estômago, intestino e bexiga, devido às agressões.

Durante as investigações, os agentes descobriram que a criança era constantemente agredida e que ela já teria sido atendida pelo Conselho Tutelar da região por conta de um ferimento no olho.

Conforme as autoridades, a vítima e sua mãe seriam refugiadas da Venezuela, e estariam morando no Rio Grande Sul há pelo menos sete meses.

A mulher que também possui o outro filho de seis anos, que se encontra na tutela de parentes após o ocorrido, teria conhecido o companheiro em um abrigo na cidade de Canoas.

Segundo o delegado da DPCA responsável pela prisão do casal, Pablo Rocha, desde o início das investigações algo estava errado, pois, não parecia se tratar de um simples falecimento por queda.

Os suspeitos estão presos temporariamente

Tanto a mãe quanto o padrasto tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias. A mulher foi indiciada por homicídio doloso por motivo fútil, já o homem está sendo investigado sobre sua participação no crime, pois, ele estava presente nos momentos que ocorreram as agressões e não ajudou a criança.