Há alguns dias, todo o mundo que possui acesso às redes sociais, internet, TV aberta ou Fechada, rádios, entre outros meios de comunicação, acompanhou o triste fim do leão Cecil, caçado e morto com requintes de crueldade em território africano, mais precisamente no Zimbabwe.

Podemos entender com a repercussão deste caso e afirmar que se pesquisado for entre os espectadores, governantes ou até mesmo entre os caçadores (estes que gastam seus milhares de dólares para investir em uma caçada, entre viagem, hospedagem, guias, captura e transporte do animal, produto da caça), encontraremos muitos, ou pelo menos os que têm um mínimo de sensatez, que condenam esta atitude da forma como foi feita, deixando o animal sofrer em torno de 40 horas ferido, antes do tiro fatal.

Esta realmente foi uma atitude muito cruel, que precisa ser tratada nas esferas políticas de forma a coibir este tipo de ato depredatório, desumano e, porque não dizer, irracional.

Mas, por outro lado, analisando o comportamento humano, e mantendo o foco no continente africano (lugar onde se encontram os maiores índices de diversos tipos de doenças, de desemprego, de fome, de sede, de falta de ensino básico, de moradia, de alimentação, de instrução profissional e de muitos outros fatores que impedem este continente de progredir, mesmo sendo muito rico em exploração mineral, principalmente em ouro e diamantes), este, em sua grande parte, geme, sofre, grita e morre todos os dias.

E quem os ouve?

Algumas instituições humanitárias, como igrejas, mantêm trabalhos evangelísticos e de ajuda para tentar amenizar os problemas naquele território, problemas estes, que quando comparados a comoção nacional e a repercussão da morte do leão Cecil, não têm nem de longe a mesma expressão de desconforto, de raiva dos órgãos defensores dos Direitos dos Animais, dos governantes, embaixadas e de nós leitores.

Os mesmos animais que se dizem racionais para defender um leão, não que isto não seja importante, pois apoio e digo realmente o é, deveriam se propor a agir como extremamente racionais para defender a vida humana, a mesma que pulsa em nossas veias e corações todos os dias, e que também bate nas veias e corações daqueles "pequeninos" dos países mais pobres da África e de outros lugares ao redor do mundo.

Será que somos tão irracionais ao ponto de desprezarmos o sofrer de nossa própria espécie em detrimento aos animais de outra espécie que vivem entre nós?

A defesa da vida humana deveria alcançar os mesmos valores e proporções do alcançado por um simples leãozinho, não tão famoso quanto este em questão, mas que rasteja no chão de fome e sede, que tem seus ossos a mostra, é "caçado" e morre todos os dias quando damos as costas para eles, em vilarejos, ruas, guetos, favelas, e entre as mais pobres comunidades do mundo, mas que continua rugindo alto, tomando flechadas virtuais, tendo seu valor reduzido a pó e sofrendo caçadas ininterruptas neste mundão de Deus.

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