A eleição mais significativa de toda a república brasileira - ou todas - se aproxima. 2018 será um ano muito importante para a sociedade brasileira como um todo. Mas 2018 já se definiu e já vem se definindo desde 1988. O que eu quero dizer com isso?
Nós até podemos não ter por certo quem vai ser o presidente em janeiro de 2019, mas nós podemos bater o martelo sobre quem não vai ser. Sabendo quem não vai ser, podemos avaliar os cenários possíveis e as chances que cada candidato possível terão.
Quem não vai ser?
Lula – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não será presidente e os "porque não" dele formam um funil de impossibilidades, onde ser pré-candidato já é desgastante.
Se candidatar será muito difícil e sair desse processo com força para passar pelo primeiro turno e enfrentar a sua alta rejeição num possível segundo turno seria uma confluência de acontecimentos de probabilidade mínima.
Digo isto mesmos sabendo da fidelidade que ele formou em seus eleitores. Para ser presidente é preciso formar uma onda, um sentimento popular, militância pura e simples funciona muito pouco neste processo. Lula não será o próximo presidente.
Aécio – O senador Aécio Neves (PSDB-MG) não é pré-candidato, mas está nesta lista apenas pela força que demonstrou em 2014.
ele obviamente não será o próximo presidente. Ele tem todos os problemas do Lula - em menor escala - e nenhuma militância. Dos 50 milhões que votaram nele, acho difícil encontrar 500 que ainda votariam. Arrisco dizer que nunca mais terá a mesma chance que teve.
Aécio perdeu a barca que passou em 2014 e que não passará tão cedo para políticos como ele. Aécio não será o próximo presidente.
Luciano Huck - Este tem uma boa imagem, tem bom tráfego entre a elite progressista, tem bom papo com o trabalhador que vê nele um benfeitor gente boa, fala bem com todo mundo.
Mas todos os motivos para votar nele já pertencem a outros que chegaram antes. Outsider? O deputado federal Jair bolsonaro (PSC-RJ) e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) já têm esta narrativa.
Área econômica? Pertence a Daria à direita e a Ciro gomes (PDT) à esquerda. A favor dos pobres? Sem Lula, talvez colaria, mas sua imagem está em simbiose com a imagem da Globo, tem tanta audiência quanto aversão nas classes baixas da pirâmide. Honesto? Já pertence ao Bolsonaro.
Dificilmente arriscará a sua imagem e se o fizer, rapidamente será identificado como o candidato da Globo, o que seria devastador.
O efeito Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, exigiria dele uma postura mais forte, de enfrentamento. Huck não será o próximo presidente.
Geraldo Alckmin – O governador de São Paulo está identificado com a velha política e com o partido que mais cai perante a opinião pública. Não terá chances em 2018.
Dr. Ray - Só se o efeito Tiririca funcionar para a eleição presidencial. Pouco provável.
Então, quem será?
Inevitavelmente teremos como nosso próximo presidente um dentre estes quatro: Jair Bolsonaro, Marina Silva (Rede), Ciro Gomes ou João Dória.
Cenário nº1 - Jair Bolsonaro e João Doria no segundo turno é o cenário mais provável. O cenário mais provável tendo em vista a rejeição crescente que a velha política vem tendo. Neste cenário teríamos que prever se a rejeição que Bolsonaro tem é maior ou menor que a quantidade de indecisos e prever, principalmente, quem cooptará mais indecisos. Dória tem uma vantagem que é a de te menos oposição - além de menos rejeição.
Cenário nº 2 - Jair Bolsonaro e Marina no segundo turno. Nesse caso, a Marina tem as mesmas chances do João Dória, mas Bolsonaro teria muito mais retórica e muito menos oposição.
Cenário nº 3 - Jair Bolsonaro e Ciro Gomes no segundo turno. Este é o cenário mais imprevisível. Ciro é bom em meter os pés pelas mãos, também já está bem queimado. Mesmo tendo em vista que ele representa tudo que os novos velhos eleitores não querem, ele é muito bom de retórica.
Além dos debates, ele teria muito mais tempo de TV para, por exemplo, acusar o Bolsonaro de tudo que ele já é acusado e de bater na tecla da falta de preparo, de propor tecnicismos econômicos e encurralar tanto o Bolsonaro a ponto dele falar besteiras e confirmar todas as suspeitas levantadas.
Ainda assim, Bolsonaro teria uma gordura muito maior para queimar do que no primeiro cenário, por exemplo.
Cenário nº 4 - João Doria contra Ciro Gomes ou Marina Silva no segundo turno. Este é o mais previsível dos cenários, seria o cenário perfeito para João Doria, teria todas as melhores narrativas a seu favor. E você, o que acha?