O salário mínimo para o ano que vem não deverá ter aumento real. Segundo o Governo Bolsonaro, apenas ocorrerá uma correção consonante com a inflação.

De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), até 15 de abril de cada ano deverá ser enviado ao Congresso Nacional a proposta para o salário mínimo.

O reajuste do salário mínimo foi introduzido em 2011, com a política que previa uma correção de acordo com a inflação do ano anterior adicionado a um aumento baseado no PIB (Produto Interno Bruto) dos dois anos anteriores.

Essa mudança será benéfica para o governo, pois ajudará a economizar recursos e recuará com o déficit.

Os valores pagos para aposentados não poderão ser menores do que o valor mínimo imposto pelo Estado e o brasileiro poderá sentir um pouco da reforma da Previdência, que atacará não apenas os trabalhadores mas os mais pobres e os aposentados.

Considerando que cerca de 48 milhões de brasileiros recebem o salário mínimo, que atualmente é de R$ 998, isto significará um péssimo presságio de que a economia continuará estagnada, a concentração de renda perdurará e os trabalhadores não vão ter confiança para consumir produtos de alto valor agregado.

Apenas em 2017 e 2018, anos nos quais ocorreu a retração da economia, foi concedido este reajuste baseado apenas na inflação.

O aumento do salário mínimo significaria uma onerosidade para as camadas mais abastadas da sociedade, porém, os ganhos para economia seriam enormes.

As arrecadações dos estados e municípios aumentariam vertiginosamente (aliviando a atual desordem fiscal destes), atrelado ao consumo da classe trabalhadora e a diminuição das desigualdades sociais.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a valorização real do salário mínimo de 73% ocorreu apenas de 2004, durante o governo Lula.

Nas estatísticas atuais, cada trabalhadora e trabalhador deveriam receber como salário mínimo o valor de R$ 4.052,65 ao mês. Bolsonaro continuará conservando a pobreza mas auentará ainda mais a riqueza dos mais ricos deste país.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a situação para os trabalhadores está alarmante, com aproximadamente 37 milhões de trabalhadores informais.

Estes trabalhadores não estão protegidos com a rede de proteção social, que inclui o seguro-desemprego, abono salarial e para se aposentar, o tempo de serviço na informalidade não contará. O ato de Bolsonaro em não aumentar o salário é intimamente interligado com o projeto de reforma da Previdência, que prejudicará estes trabalhadores marginalizados.