As cotas raciais mudaram a vida de muitas gerações em um curto espaço de tempo. De acordo com a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, divulgada em novembro de 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estudantes negros e pardos representam 50,3% dos matriculados nas universidades federais brasileiras, ou seja, a maior parte dos inscritos. Embora a população negra e parda brasileira já represente 55,8%, o fato é inédito para o cenário da Educação nacional, vale ressaltar que o Brasil é o primeiro país com maior número de negros e pardos fora da África, com quase 86 milhões de pessoas, e o segundo maior no mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
Estudos anteriores reafirmam o aumento e ressaltam a eficiência de políticas públicas, como as cotas raciais. Em 2010, também segundo o IBGE, a cada 100 estudantes do ensino superior 26 eram negros ou pardos. Um ano depois, em 2001, na III Conferência de combate a vários tipos de discriminações, inclusive a racial, organizada pela ONU, o Brasil apresentou números alarmantes, pois somente 2% do total de inscritos nas universidades eram negros ou pardos, visto que a população negra e parda já representava 45,3%.
Cotas raciais nas universidades brasileiras
A lei das cotas raciais, Nº 12.711, foi sancionada em 2012, mas algumas universidades adotam o sistema de cotas raciais e sociais desde o começo dos anos 2000, como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), reservando 50% de vagas de seus cursos de graduação para estudantes oriundos de escolas públicas e a Universidade de Brasília (UnB), em 2004, sendo a pioneira na reserva de vagas para negros no seu vestibular.
Segundo a pedagoga Nilma Lino Gomes e o antropólogo kabengele Munanga no livro "O Negro no Brasil de Hoje", 2006, “as cotas representam uma das estratégias de ação afirmativa e, ao serem implantadas, revelam a existência de um processo histórico e de discriminação”. Resultados positivos reforçam a importância das cotas raciais nas universidades.
Além disto tivemos aumento de negros e pardos nas universidades particulares, por meio do Programa Universidade para Todos (PROUNI), subindo de 43,2% em 2016, para 46,6% em 2018. O crescimento é expandido para a permanência desses alunos nos estudos, revelando diminuição na evasão escolar de alunos negros e pardos, caindo de 30,8%, em 2016, para 28,8%, em 2018.
Dado que o número de jovens negros e pardos, entre 18 e 24 anos, que estudam cresceu de 50, 5% em 2016, para 55,6%, 2018, em contrapartida entre os jovens brancos a taxa é de 78%.
Para concorrer a uma bolsa pelas cotas raciais
Para quem prestou o Exame Nacional do Ensino Médio, Enem, 2019 e pretende concorrer a uma vaga na universidade por meio dos programas de ações afirmativas, como o Prouni, Fies e cotas racias, o resultado sairá em 17 Janeiro de 2020, a divulgação das notas individuais estará disponível no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Inep, https://enem.inep.gov.br/.