A Uber, empresa de carona paga que opera em várias cidades do mundo, está prestes a deixar de existir na Colômbia, primeiro país latino-americano a aprovar uma decisão contra a empresa. Uma resolução da Superintendência da Indústria e Comércio da Colômbia proíbe o aplicativo a partir de 31 de janeiro.

Se nada mudar, e a reação da Uber fracassar, os motoristas particulares e usuários desse aplicativo deverão deixar de usá-lo já a partir de 1 de fevereiro.

A decisão da justiça colombiana é o resultado de uma ação movida pelo sindicato dos taxistas locais, o Cotech.

Com isso, a empresa multinacional de aplicativos ficará limitada a explorar apenas o sistema de transportes de alimentos por motocicletas.

A ação promovida pelo sindicato alega que Uber é “desonesta” e seus motoristas recebem vantagem competitiva ilegal. Já os taxistas são obrigados a cumprir várias leis.

Diante dos argumentos dos taxistas, a Superintendência da Indústria e Comércio da Colômbia tomou a decisão de proibir a empresa baseada em aplicativos com base em operações consideradas injustas.

Uber reage a proibição

A porta-voz colombiana da Uber, Daniela Puerta, criticou a medida tomada pela Superintendência da Indústria do seu país. Ela disse que a decisão é contraria a estrutura legal da Colômbia.

De acordo com o serviço de notícias da Latin America Reports, Daniela Puerta também alega que proibir a empresa de aplicativo é uma violação do devido processo legal e dos direitos constitucionais do país.

Uber X Cotech

O Cotech é um sindicato da Colômbia que realiza campanhas contra os aplicativos de carona paga há muitos anos.

Mas a decisão atual não garante o fim da briga judicial, como o ocorrido em outros países latino-americanos.

Apesar de a Colômbia ser o primeiro país da Uber, a expectativa é de uma nova reação da empresa.

A multinacional das caronas enfrentou e continua enfrentando batalhas legais em países como México, Brasil e Argentina. Mesmo assim, a Uber continua suas operações nesses territórios.

Daniela Puerta disse esperar que o governo colombiano reveja a decisão e estude todos os cenários para que Uber e outros aplicativos de carona paga continuem a operar no país.

Uber e outros aplicativos

A decisão colombiana transforma o país no primeiro da América Latina a acabar com o serviço de transportes remunerados em carros particulares.

De acordo com a BBC, apenas o aplicativo Uber conta com 88 mil motoristas na Colômbia. O número de usuários chega a 2 milhões.

Apesar da proibição colombiana, o fato reacende as discussões e debates sobre a necessidade de regulamentação dos aplicativos naquele país. Mas tudo pode mudar.