Banzeiro, Lepo-Lepo, Bororó, Dalila, Táquitá e Santinha. Estes são os nomes das doenças que assolam a cidade da Bahia praticamente todos os anos, batizadas pelas músicas mais tocadas do Carnaval. Após o festival, postos de Saúde ao redor da cidade ficam lotados por conta das viroses.

De acordo com os especialistas, a enorme aglomeração da multidão num espaço restrito, junto com uma alimentação que mutias vezes se mostra inadequeada, desidratação e poucas horas de sono criam as condições necessárias para que a doença possa se espalhar e alarmar toda a cidade.

Será que tal meio seria o jeito perfeito para o coronavirus conseguir se espalhar? Mais a fundo, será que é uma questão que o Governo deve intervir, cancelando o carnaval de 2020 como precaução? E outros eventos, como os jogos de futebol e shows ao redor do Brasil, devem ser cancelados até que tudo fique bem?

Tais perguntas estão se tornando rotineiras na vida dos brasileiros nos últimos dias, aumentando cada vez mais com a aproximação do carnaval, que começará em uma Quarta-Feira de Cinzas (26). As atitudes tomadas pela China visando frear a emancipação do vírus foram adiar todos os jogos de futebol e outros eventos que estavam marcados. Até o momento, 490 chineses morreram por consequência da epidemia.

De acordo com os infectologistas ouvidos pelo BBC News Brasil, ainda não é justificável cancelar as folias mas que, no entanto, é preciso ficar bastante atento com os próximos passos do vírus, estando com o olho aberto tanto no Brasil quanto nos países que recebem uma grande quantidade de turistas.

O surto da doença começou na cidade de Wuhan e rapidamente gerou um grande pânico ao redor do mundo.

No momento, casos da infecção do vírus foram relatados em 25 países, chegando a casa de 25 mil contaminados. Na semana passada, a OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou todo o acontecido como uma emergência de saúde pública global.

O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta também decidiu falar sobre o caso, afirmando na semana passada não ter nada decidido sobre as folias.

O político ainda afirmou que os aeroportos receberão o monitoramento devido, aconselhando a população a lavar as mãos e também evitar o compartilhamento de objetos, como garfos, copos, etc.

De acordo com Luiz Henrique Mandetta, no momento, não há nenhuma comprovação de que a doença tenha chegado ao Brasil e por isso, ainda não há preocupações adicionais.

Sem decisões precipitadas

De acordo com especialistas, para o carnaval ser adiado ou cancelado, necessitará que seja confirmados os casos de coronavirus não apenas no Brasil, mas também nos países que o Brasil recebe muitos turistas nesta época do ano.

De acordo com as palavras do Ministério do Turismo, a grande maioria dos estrangeiros que chegam ao Brasil são dos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Chile, Alemanha e França. A China não tem costume de visitar o país.

No Rio de Janeiro, é esperado cerca de 1,9 milhão de foliões, sendo 20% deles vindos de países estrangeiros.