Durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos Estados Unidos, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), que reside no Rio de Janeiro, cuidou do gabinete do pai, que fica no terceiro andar do Palácio do Planalto. Carlucho é considerado o mais radical dos filhos do Messias, ele despachou no ambiente que recebeu o nome de gabinete do ódio, no local atuam assessores responsáveis pela manutenção das redes sociais de Jair Bolsonaro. O presidente estava cumprindo agenda de quatro dias em Miami.
De acordo com informações do Estado, o “02” não trabalhou no gabinete do presidente, mas decidiu estar ao lado dos assessores José Matheus Sales Gomes, Mateus Matos Diniz e Tércio Arnaud Tomaz.
A trindade foi nomeada na Presidência da República e atua sob as ordens do vereador pelo estado do Rio de Janeiro. Na agenda do “02” estava programada um encontro com o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ).
Entendido
Lopes que é amigo de Jair Bolsonaro postou nas redes sociais sua percepção sobre o encontro que teve com o filho do presidente. Ele disse que teve uma conversa longa e muito produtiva com Carlos Bolsonaro e afirmou que o filho do presidente “entende muito de política”, nas palavras de Hélio Lopes.
👉🏿👉Hoje, eu tive uma conversa longa e muito proveitosa com meu IRMÃO @carlosbolsonaro no Palácio do Planalto, esse ENTENDE muito de política, tem uma leitura apurada da política brasileira!#DeputadoHelioLopes #MinhaCorÉoBrasil #bolsonaroATÉ2026. pic.twitter.com/cOsC0765cH
— Helio Lopes (@depheliolopes) March 9, 2020
A presença de Carlos Bolsonaro em Brasília aconteceu no momento em que Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, encontra-se desgastado com parte do Executivo.
Para Carlos Bolsonaro, Luiz Eduardo não foi firme o suficiente com o Congresso nas negociações sobre o controle de parte do Orçamento.
Recado
No último sábado (7), Carlos Bolsonaro postou no Twitter que tem feito o que pode, porém está claro que o presidente da República esta sendo isolado de maneira proposital e blindado por “imbecis com ego maior que a cara”, disse ele na rede social.
A publicação foi entendida por apoiadores do governo como um recado contra o ministro da Secretaria de Governo.
Tenho atuado como posso, entretanto é visível que o Presidente está sendo propositalmente isolado e blindado por imbecis com ego maior que a cara. Cagam para o Brasil. Graças a Deus e para o bem de nosso país os avanços sobrepoem os vis. É uma luta inglória!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) March 8, 2020
#Fora
Ganharam força no Twitter as hastags #ForaRegina e #ForaRamos, o ministro é visto como o responsável pela ida de Regina Duarte para fazer parte do governo.
Para diminuir a cobrança vinda das redes sociais, Ramos criticou a declaração da atriz na Rede Globo. Ao Estado, ele disse que a entrevista “não foi boa”.
Também é atribuído a Carlos Bolsonaro o cancelamento da contratação de Maria do Carmo Brant de Carvalho para trabalhar na Secretaria da Diversidade Cultural. Regina Duarte a designou para o posto na última sexta-feira (6). Carlucho teria passado toda a segunda-feira se esforçando para derrubar Maria do Carmo da função. Sua missão teria tido sucesso depois que relatou a situação para o pai.
Nem todos os integrantes do governo aprovam a presença de Carlos Bolsonaro no Palácio do Planalto, esta situação já havia ocorrido em março de 2019, quando o presidente na ocasião também havia viajado para os Estados Unidos. Na época, ele teve uma reunião com deputados e alegou que estava cumprindo ordens do presidente.