No dia 2 de abril de 1963, há exatamente 57 anos, acontecia no Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro, uma das grandes partidas da história do Futebol brasileiro, Botafogo x Santos, pela decisão da Taça Brasil. No mesmo ano, os dois clubes formaram a seleção brasileira bicampeã da Copa do Mundo do Chile.
Segundo o Centro de Memória do Santos, no jogo de ida das finais, o clube da Vila Belmiro superou o Botafogo pelo placar de 4 x 3 no Pacaembu, em São Paulo. Na sequência, foi ao Rio de Janeiro e acabou sendo derrotado pelo Alvinegro carioca por 3 x 1, no Maracanã, diante de mais de 102 mil espectadores.
Apenas dois dias depois veio o terceiro e decisivo confronto para desempatar a decisão e dar o título nacional ao vencedor, que representaria o Brasil na Copa Libertadores da América de 1963.
Eleito favorito pela imprensa, o Botafogo havia vencido o jogo anterior, por meio de uma grande atuação de Mário Jorge Lobo Zagallo, que roubou a cena ao invés de Garrincha. Por conta disso, o técnico do Santos, Lula, entraria em campo com a mesma formação, porém, com uma nova estratégia: sem a bola. O ponta-direita Dorval teria de marcar Zagallo, não lhe dando nenhuma possibilidade para criar jogadas.
Em campo, uma constelação de craques
Ainda de acordo com o Centro de Memória do Santos, além de Pelé e Garrincha, ídolos incontestáveis das duas equipes e da seleção brasileira, Santos e Botafogo, simplesmente tinham em seu elenco os melhores jogadores em atividade no país, com defesas sólidas e ataques goleadores.
Dentro das quatro linhas, a equipe santista fez uma partida irreparável, apontada por muitos como uma de suas maiores exibições na história. O primeiro tempo terminou 2 x 0 para o Alvinegro Paulista, com gols marcados por Dorval e Pepe. Na etapa final, Coutinho e Pelé (duas vezes) completaram a goleada santista.
Aplaudido em pleno Maracanã por mais de 70 mil torcedores, em sua grande maioria botafoguenses, o Santos sagrava-se campeão da Taça Brasil.
Dorval seguiu à risca as determinações do comandante Lula e, além de anular Zagallo pelo lado esquerdo, ainda marcou um lindo gol após driblar Nilton Santos, abrindo o marcador.
Exibição de futebol-arte no Maracanã
Um dos jornalistas mais prestigiados e respeitados da imprensa brasileira, o carioca Ney Bianchi definiu a decisão da Taça Brasil entre Santos e Botafogo como “O Maior Jogo do Mundo”.
Bianchi escreveu uma matéria de oito páginas sobre o duelo para a revista Fatos & Fotos, publicada em abril de 1963. Sem poupar elogios ao clássico, o jornalista relatou que o Maracanã ainda não havia visto "tamanha exibição de um jogo de futebol" e que o Santos "provou ser o melhor time do mundo". Ele ainda cita que “cada gol foi uma obra-prima”, que a torcida carioca “esqueceu partidarismos para aplaudir o melhor”.