Depois de um longo período fora do radar da mídia, o ex-deputado federal e presidente do PTB, Roberto Jefferson, parece que achou um local ideal para tentar conseguir ter algum tipo de relevância política. Jefferson agora se alinhou ao Governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o mesmo Jair Bolsonaro que sempre teve o discurso de que não estava em comum acordo com a “velha política”.
O presidente do PTB saiu em defesa do governo de seu inusitado novo aliado quando disse que é legítima a escolha do novo diretor-geral da Polícia Federal por Jair Bolsonaro e ainda afirmou que é suspeita a tentativa de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de impedir a nomeação do escolhido de Bolsonaro, Alexandre Ramagem.
Careca
O pedetista em sua crítica ao ministro do STF Alexandre de Moraes deu mais uma mostra do quão alinhado está com Jair Bolsonaro, ao soltar adjetivos que se parece com a retórica bolsonarista. Roberto Jefferson disse que o ministro do Supremo é um tucano, em referência ao PSDB, e em uma constatação do óbvio, chamou Alexandre de Moraes de “careca”.
Jefferson fez comentários em uma rede social sobre a tentativa de impedir a nomeação de Alexandre Ramagem, diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.
Em sua publicação, o novo aliado de Jair Bolsonaro especulou que Alexandre Ramagem possivelmente tem muita informação sobre os ministros do STF, por esta razão Alexandre de Moraes não estaria de acordo com esta indicação do presidente da República.
O delegado foi indicado pelo presidente Bolsonaro para substituir Maurício Valeixo como diretor-geral da PF, porém sua nomeação foi suspensa na manhã de quarta-feira (29) pelo ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro vs. Moro
No embate entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, Roberto Jefferson também ficou ao lado de Jair Bolsonaro.
Em coletiva de imprensa para anunciar seu pedido de demissão, ocorrido na última sexta-feira (24), o ex-juiz da Lava-Jato fez sérias acusações contra o líder do Executivo, o que acabou impossibilitando a ida de Ramagem para a diretoria-geral da PF. Para defender Bolsonaro, o ex-deputado afirmou que Sergio Moro traiu o presidente e que Moro se aliou às hienas que querem morder o “leão Bolsonaro”.
A nomeação de Ramagem aconteceu na terça-feira (28), quando Bolsonaro o escolheu para o cargo de diretor-geral da PF, após a exoneração de Maurício Valeixo. Alexandre Ramagem foi uma indicação do filho do presidente, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, (Republicanos-RJ), o filho 02 de Jair Bolsonaro, é amigo pessoal de Ramagem.