O sistema de saúde brasileiro está prestes a enfrentar um dos seus maiores desafios em meio ao combate ao novo coronavírus, responsável pela Covid-19, que já assola o mundo inteiro. Ao todo, já são mais de 1,8 milhão de infectados no mundo e mais de 116 mil mortes. No Brasil, já são mais de 22 mil casos confirmados e mais de 1.200 mortos, o que gerou um forte alerta no Governo para se trabalhar meios de conter o avanço da pandemia no país.

O Brasil ainda não se encontra na mesma situação de países como Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos, mas a situação é bem preocupante, já que o país é um dos que menos faz testes, o que pode significar que as infecções contabilizadas sejam bem maiores do que as divulgadas.

Nos Estados Unidos, que se tornou o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus, já são mais de meio milhão de casos confirmados e mais de 22 mil mortes.

Todos esses países possuem algo em comum: a demora para iniciar o processo de isolamento social. No início da pandemia, líderes como Donald Trump, dos EUA, e Boris Johnson, do Reino Unido, ignoraram os alertas das autoridades de saúde quando foram recomendadas as quarentenas. Itália e Espanha também foram outros dois países que demoraram a agir e, como consequência, enfrentam uma grande crise em seus sistemas de saúde.

As ações no Brasil contra o coronavírus

Apesar de não ser a pior das situações, o Brasil pode sofrer caso não consiga reduzir a curva de infecções do novo coronavírus.

Atualmente, o Ministério da Saúde já contabiliza mais de 22 mil casos, com mais de mil mortes. Se essa curva de infecções não for reduzida, o sistema de saúde do Brasil poderá entrar em colapso, já que não existe um tratamento eficaz contra a doença. O único meio de conter o avanço do coronavírus é através do isolamento social, onde as pessoas precisam manter o menor contato possível afim de evitar que o vírus se propague.

Atualmente, o Brasil adotou o sistema de quarentena como meio de evitar os avanços das infecções de coronavírus, decretando o fechamento de comércios, bares e restaurantes. Somente os serviços essenciais, como farmácias, supermercados e postos de gasolinas estão funcionando. No entanto, esse sistema tem enfrentado uma série de resistência por parte de alguns setores do governo e até mesmo da população.

O próprio presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) tem travado diversas discussões contra o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) a respeito do sistema de quarentena ser prejudicial a economia.

No entanto, já temos exemplos mais do que suficientes do que aconteceu em países que desrespeitaram ou demoraram para adotar o sistema de isolamento social como medida de combate ao novo coronavírus.

A afirmação polêmica de Alexandre Garcia

O jornalista Alexandre Garcia, especialista em política nacional e colunista do jornal Gazeta do Povo, causou revolta na internet após afirmar que a compra de 65 mil respiradores para o Brasil seria um "excesso de gasto" para o país. Na coluna, publicada na noite de domingo (12), o jornalista afirma que na Itália só foram usados 5 mil respirados, apesar de não informar de onde tirou essa "estatística".

Além disso, ele também afirma que, no mundo, só estão sendo utilizados 50 mil respiradores, e também não informa de onde tirou essa informação.

Para o jornalista, o "excesso" de gasto do governo pode ser uma tentativa dos governos estaduais de "tirar proveito da situação", já que muitos "estão com a corda no pescoço", escreve o jornalista. Garcia também é um defensor ferrenho da desburocratização da cloroquina, bastante defendida por Bolsonaro como a melhor opção para combater a Covid-19, mesmo não havendo estudos suficientes que comprovem tal afirmação.

A fala de Alexandre Garcia acabou levando seu nome para o topo dos assuntos mais comentados do Twitter, onde o jornalista recebeu uma enxurrada de críticas advindas dos internautas.

Alguns chegaram a lembrar que ele já era um idoso e, com isso, pode chegar a precisar de um respirador caso venha ser infectado pelo coronavírus.

Contudo, a informação prestada pelo jornalista ao jornal Gazeta do Povo não é verídica, pois a quantidade de respiradores que serão adquiridas pelo país é bem inferior ao apontado pelo jornalista. Como anunciou o jornal O Globo alguns dias atrás, o Ministério da Saúde irá comprar cerca de 6,5 mil respiradores de uma fabricante nacional, com prazo de entrega de 90 dias. A notícia também foi publicada na página oficial do Ministério da Saúde.