Frederik Wassef deu declarações, onde afirma que não mantinha contato nenhum com Fabrício Queiroz e que o presidente Jair Bolsonaro não sabia onde Queiroz estava.
Frequentador do Planalto da Alvorada e advogado do presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro, Wassef ganhou grande destaque nesta semana após Fabrício Queiroz (ex-assessor de Flávio) ter sido preso em uma de suas propriedades.
Em entrevistas anteriores, Wassef comentou várias vezes que não fazia ideia do paradeiro de Queiroz. Em entrevista à Globo no ano passado, ele chegou a mencionar que não tinha como saber, pois não era advogado dele.
Em junho do mesmo ano, ele afirmou à revista Veja que nem o conhecia. Em entrevista ao UOL, em maio deste ano, Wassef chegou a concordar que ele deveria aparecer.
Após a prisão de Queiroz, Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) encaminhou um pedido de investigação de conduta para a seccional da Ordem, baseado no código de ética e disciplina. O autor do pedido foi o senador Fabiano Contarato (Rede-ES).
Declarações de Wassef
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Wassef se referiu a Fabrício Queiroz como se fosse um desconhecido, mesmo estando albergado em uma de suas propriedades, onde segundo ele, funciona um escritório.
Após três dias da prisão de Queiroz, o advogado decidiu se manifestar.
Ele alega que tudo que está acontecendo é uma armação, que tem como objetivo prejudicar e incriminar Jair Bolsonaro. Ele afirma que não sabe o que Queiroz fazia em seu imóvel.
Em entrevista à CNN, Wassef defendeu a tese de que sendo atingido, automaticamente Bolsonaro também seria. Defendeu sua imagem, alegando nunca ter feito nada de errado.
Rachadinha
Flávio Bolsonaro mantém a mesma linha do advogado. Ao se referir às suas acusações, que vão desde Corrupção a organização criminosa, ele alega perseguição ao pai.
Wassef afirma que não existe hipótese alguma de Jair Bolsonaro ter feito parte do esquema das rachadinhas.
Apesar de frequentar o Planalto, inclusive em finais de semana, Wassef assegura que o drama de Flávio e o caso de Queiroz não são assuntos entre eles.
Caso Queiroz
Antes da prisão, Queiroz falou sobre o caso apenas por escrito, não respondendo às intimações. Admitiu no ano passado que a movimentação financeira era inegável, chegando a confirmar que usava os contracheques para contratação de informais com o objetivo de engrandecer o nome do então senador Flávio Bolsonaro.
Segundo Queiroz, Flávio não sabia o que acontecia. Pelo nível de confiança, o ex-assessor teria autonomia total e não precisava expor seu mecanismo de trabalho.
Dessa forma, Flávio tenta convencer os seus apoiadores de que foi enganado, usando o jargão "eu não sabia".
Nos governos anteriores, em meio aos escândalos políticos, a frase eu não sabia virou argumento de defesa. Usadas por Dilma e Lula no passado voltam a assombrar o Brasil, que parece nunca sair desse ciclo de ceticismo.