O número de pessoas contaminadas pela covid-19 bateu a marca de 1 milhão de infectados, com um total de 48.422 óbitos, de acordo com os números divulgados pelo consórcio de imprensa formado pelos jornais O Globo, Extra, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo e os sites G1 e UOL. Em sua coluna no último site da lista, o jornalista Leonardo Sakamoto analisa o desempenho do presidente Jair Bolsonaro diante do triste número de infectados pelo novo coronavírus.

Mais uma vez o presidente colocou em dúvida a quantidade de pessoas afetadas pela doença, e mais uma vez se eximiu da responsabilidade pelo país ocupar no momento um nada honroso segundo lugar no número global de doentes e mortos.

Abatimento

Bolsonaro em sua live na última quinta-feira (18) mostrou abatimento depois que o amigo de longa data do clã Bolsonaro, Fabrício Queiroz, foi preso preventivamente. O presidente teve também que lidar com a demissão de Abraham Weintraub, o agora ex-ministro da Educação. Jair Bolsonaro tentou minimizar a gravidade dos últimos acontecimentos rediscutindo os números provocados pela pandemia na live.

Bolsonaro disse que diretores de hospitais afirmaram que 40% dos pacientes que tiveram declarado como causa da morte covid-19, na verdade não era, sendo assim, isto não traduziria as políticas que governadores e prefeitos “têm que adotar na ponta da linha”, afirmou Bolsonaro.

Com esta fala, Bolsonaro está se referindo às medidas de distanciamento e isolamento social implementadas por governantes estaduais e municipais no combate à pandemia.

O líder do Executivo é um crítico ferrenho da quarentena, ele defende que seja feito um retorno imediato ao trabalho. As motivações de Bolsonaro são para garantir sua própria sobrevivência no Governo e também para conseguir se reeleger, segundo analisa Sakamoto.

Maquiagem

Bolsonaro também se defendeu das acusações de que o ministério da Saúde tentou maquiar os números de mortes para reduzir o impacto da divulgação junto ao povo.

Ele alegou que queria mostrar os números reais, ou seja, o que Bolsonaro entende por “reais” são os números que caberiam na narrativa oficial do governo federal. A mudança não durou muito tempo. Depois que a forma de divulgação dos números foi alterada, e acabou por diminuir a transparência, o Supremo Tribunal Federal (STF) fez com que o governo voltasse atrás.

Bolsonaro culpou prefeitos e governadores pela crise sanitária (mais uma vez). Ele afirmou que o STF determinou que cabe a estes governantes a condução no combate ao novo coronavírus. O que, na verdade, foi dito pelos ministros do Supremo é que os estados e municípios também podem determinar quais são as atividades essenciais durante a pandemia.