O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), declarou no domingo (29) que se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ou qualquer outra pessoa, apresentar provas de que houve fraude no processo eleitoral, isto será apurado pela Corte. As informações são do site G1.

O ministro fez a declaração em uma coletiva de imprensa, ocorrida logo após o término do segundo turno das Eleições municipais de 2020.

Barroso foi questionado sobre as declarações de Jair Bolsonaro, que tem colocado em dúvida a segurança do sistema eleitoral.

Barroso respondeu que se o líder do Executivo ou qualquer outra pessoa comprovar que houve fraude em algum momento, desde 1996 até os dias atuais, ele imediatamente fará uma diligência para apurar.

Barroso, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que é um juiz, sendo assim, lida com fatos e provas. Desta maneira, não pode se impressionar com uma retórica política que faz parte de um jogo que não lhe convém jogar, afirmou Luís Roberto Barroso.

No domingo, após ter ido votar no Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro declarou esperar "que nós possamos ter em 2022 um sistema seguro que possa dar garantias ao eleitor que em quem ele votou, o voto foi efetivamente para aquela pessoa".

Boca do povo

Bolsonaro continuou sua fala alegando que "o voto impresso é uma necessidade, está na boca do povo". O mandatário ainda acrescentou que luta por este tema há muito tempo e que "não adianta alguém querer bater no peito" e afirmar que as urnas eletrônicas são seguras, pois, para Bolsonaro, não tem como comprovar isto, pois se está testemunhando a atividade de um hacker no Brasil e no mundo.

Luís Roberto Barroso declarou que não tem condições de as urnas eletrônicas serem fraudadas e falou que existem pessoas que acreditam que a Terra é plana.

Ele acrescentou que não tem como controlar a imaginação das pessoas, pois existem aqueles que acreditam que o homem não viajou até a Lua e também existem os que acham que Donald Trump ganhou as eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Barroso ainda fez questão de lembrar que Dilma Rousseff, Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva e o próprio Jair Bolsonaro, todos foram eleitos por meio do voto eletrônico.

Voto impresso

Sobre a modalidade defendida por Bolsonaro, Barroso argumentou que respeita a opinião do presidente da República, mas acredita que o voto impresso causaria um grande tumulto no processo eleitoral.

Ainda sobre o tema, o presidente do TSE afirmou que o STF já determinou que o voto impresso é inconstitucional, e que, além de ser um processo caro, iria representar um risco para o sigilo do voto.