A família Bolsonaro voltou a fazer críticas às medidas de isolamento social para enfrentamento do coronavírus, em meio ao pior momento da pandemia no Brasil, de acordo com especialistas, e também no momento em que estados estão aumentando as restrições para frear o contágio da Covid-19. Em seu perfil oficial no Facebook, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi contra as medidas de contenção da doença. "O isolamento não adianta de nada e já sabemos o resultado", escreveu.

Novamente a família de políticos entra em rota de colisão com as medidas recomendada por todas as autoridades de saúde do mundo: protocolos rígidos de isolamento, como o lockdown, que foram adotados por diversas nações da Europa e que levaram à redução de casos da Covid-19, como no Reino Unido e na China.

Para outro filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o lockdown só tem eficácia para não fazer aglomerações. O parlamentar afirmou ainda que “não aprenderam com a redução de horário do comércio”.

Vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também fez suas críticas ao isolamento social, afirmando que qualquer pessoa que saia de casa, participe de aglomeração e não use máscara, "sendo do lado de lá será permitido", referindo-se à oposição só criticar os apoiadores de Jair Bolsonaro que participam de aglomerações e não utilizam máscara.

Jair Bolsonaro, por sua vez, republicou em sua rede social uma parte de sua visita ao Ceará, na última sexta-feira (26), em que afirmava que aqueles que o criticam deveriam fazer como ele, que fossem para o meio do povo.

Segundo Jair Bolsonaro, o que mais ele teria ouvido dos cidadãos foi a frase “eu quero trabalhar”, escreveu em um trecho do vídeo que mostra o líder do Executivo promovendo aglomeração em torno de sua pessoa e com várias pessoas que não estavam usando máscara de proteção.

CPI

A visita de Bolsonaro ao Ceará pode render para o mandatário um problema bem sério.

Sua visita ao estado, em que promoveu aglomeração, não agradou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que declarou que irá cobrar a instalação imediata da CPI da Covid-19, após a passagem do mandatário pelo Ceará em que aglomerou pessoas em um momento de aumento dos casos de Covid-19 em todo o Brasil.

Crime de responsabilidade

Em entrevista ao site G1, o Senador afirmou que o presidente da República cometeu crime de responsabilidade ao enviar as pessoas à morte, ao estimular aglomeração. Jereissati afirmou ainda que o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente do Senado, tem que ler o requerimento e dar início aos trabalhos da CPI.