Na última quinta-feira (18) estreou em plataformas digitais de locação de conteúdo audiovisual o filme "Liga da Justiça de Zack Snyder", que é mais conhecido como “Snyder Cut”. A produção ficará disponível até o dia 7 de abril. Após essa data, o filme do diretor Zack Snyder poderá ser assistido no Brasil pelo serviço de streaming HBO Max, que tem previsão de lançamento no país em junho.

História

Para quem está chegando agora e não sabe o porquê de uma releitura do filme “Liga da Justiça”, a história é a seguinte. Após recontar a origem do Superman na produção “O Homem de Aço” (2013) e também dirigir “Batman vs Superman: A origem da justiça” (2016), Zack Snyder estava no comando de mais uma produção da Warner Bros.

baseada nos super-heróis dos quadrinhos da DC Comics.

Dessa vez, o cineasta estava dirigindo o filme que falava sobre o maior grupo de super-heróis da editora rival da Marvel Comics, a Liga da Justiça. Após uma tragédia familiar, Zack Snyder se viu obrigado a abandonar o projeto e a direção do longa ficou com Joss Whedon, famoso por dirigir filmes para a rival Marvel Studios. A versão de Whedon foi para os cinemas em 2017 e foi um fracasso tanto nas bilheterias quanto para a crítica especializada.

Após o lançamento, fãs de Snyder clamaram para que a versão do diretor original do filme fosse liberada pela Warner, petições foram feitas para que o “Snyder Cut” fosse mostrado para o mundo. O próprio cineasta fez campanha para que o estúdio liberasse sua obra, e o filme se transformou em uma espécie de lenda urbana, com muitas pessoas acreditando que ele nem existia.

Além da campanha de Snyder, nomes do elenco também fizeram campanha para que o longa-metragem fosse lançado, o que provavelmente deve ter sido um incentivo para que a Warner lançasse a produção. E então no ano passado veio a confirmação de que o filme iria ser lançado.

Minissérie

O filme tem potencial para agradar os fãs que durante alguns anos sempre quiseram ver a visão do diretor original sobre a equipe de super-heróis.

Mas talvez seja pedir demais de alguém que não é exatamente um fã de filmes de super-heróis e/ou leitor de quadrinhos, para quem deseja simplesmente um bom divertimento, as quatro horas de duração podem ser impeditivas. Inicialmente se cogitou que a obra seria uma minissérie de quatro capítulos.

A trama

Após os trágicos eventos mostrados em “Batman vs Superman: A origem da justiça” (2016), o mundo se encontra mais sombrio e sem esperanças depois da morte do Superman (a versão de Joss Whedon se concentra mais nesse lado da trama do que a versão de Zack Snyder), nesse contexto, Bruce Wayne toma conhecimento da chegada de uma ameaça ao planeta Terra e parte em busca de superseres para combater esse novo desafio.

A versão de Snyder conta basicamente a mesma história, com melhoramentos técnicos, como por exemplo, a criticada aparência do vilão da trama “Lobo da Estepe”, que é feito em CGI. Dessa vez o vilão perde importância na história e se trata apenas de um emissário de um vilão ainda mais poderoso, Darkseid, que dessa vez aparece na trama.

Mais do mesmo

O filme tem um final diferente do que foi mostrado em 2017 e também apresenta um melhor desenvolvimento dos vários personagens da trama, porém entre desenvolver mal os personagens e criar arcos longos e enfadonhos – o que acontece na versão atual – não contribui em nada para a narrativa.

Megalomania

No final das contas, o “Snyder Cut” se trata apenas de mais um projeto pretensioso de Zack Snyder que mostra uma série de arcos dramáticos que em sua quase totalidade não convencem e o diretor também planta várias sementes para ideias que poderiam estar em uma possível continuação de “Liga da Justiça”, com a saída de Snyder do comando das produções da DC Comics nos cinemas, essas pontas soltas deixadas pelo cineasta deverão ser abandonadas.