Sem compromissos oficiais na agenda no último sábado (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acabou aproveitando o dia para duas atividades que tem ganhado bastante espaço na mídia desde o início da pandemia. Sem o uso de máscara facial protetiva contra a Covid-19, ele provocou aglomerações e ainda encontrou um espaço na ocasião para atacar seu rival na corrida presidencial de 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

O ocupante do Palácio do Planalto foi de moto passear pelas cercanias de Brasília, visitou uma comunidade em que vive uma família de venezuelanas, comeu em uma padaria e ainda visitou uma igreja.

Bolsonaro fez ainda mais críticas às restrições impostas por governadores que tentam diminuir a disseminação do coronavírus, e também ofendeu Doria em declarações.

Bolsonaro criticou a atitude do tucano de decretar que tudo seja fechado, e destacou que “o comércio de São Paulo está todo à venda ou passando o ponto”. Ele disse ainda que as pessoas que trabalham no Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) lhe falaram que não estão mais plantando tomate, já que não conseguem mais vender o fruto pois os bares e restaurantes estão fechados. Segundo diz, quando o comércio voltar a abrir e o preço do tomate estiver nas alturas, aí então o Doria irá culpá-lo. O presidente complementa que, para ele, Doria usa seu nome para se eleger.

Resposta

João Doria, que assim como Jair Bolsonaro também está de olho nas eleições presidenciais de 2022, mudou sua tática em relação ao líder do Executivo e demais bolsonaristas que o atacam. O ex-apresentador da versão brasileira do programa O Aprendiz tem usado o humor para rebater as declarações absurdas do presidente da República.

Na tarde de sábado, Doria usou sua conta no Twitter para dar uma resposta a Bolsonaro: “Calma Jair Bolsonaro. Pelo jeito, a primeira dose da vacina antirrábica não foi suficiente. É muito amor pela minha calça apertada", postou o tucano. Doria já havia usado a rede socil há poucos dias para responder a outro xingamento de Bolsonaro e, na ocasião, também já havia mencionado a vacina antirrábica, utilizada contra a raiva.

Venezuela

No mesmo sábado (10), Bolsonaro também não deixou de lado outra de suas fixações, como falar sobre a situação do vizinho Venezuela. O ocupante do Palácio da Alvorada aproveitou uma visita ao bairro Morro da Cruz, na comunidade de São Sebastião, nas cercanias de Brasília (DF), e entrou na residência de uma família de venezuelanas. Ao longo de toda a sua visita, que foi transmitida pela sua página oficial no Facebook, Bolsonaro não estava utilizando máscara e garantiu para as mulheres que o Brasil não irá se transformar em uma Venezuela.

STF

Bolsonaro mostrou mais uma vez sua insatisfação com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que garantiu aos governadores e prefeitos o direito de determinarem medidas para o enfrentamento da Covid-19, independente do Governo federal. O líder do Executivo classificou como "absurdo dos absurdos" a decisão do Supremo que permitiu que os prefeitos e governadores pudessem vetar a realização presencial de missas e cultos.