Em live realizada nesta quinta-feira (22), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), declarou que "é impressionante como só se fala em vacina" contra a Covid-19 atualmente. "Mas também, uma compra bilionária, no mundo todo, então é só vacina. Ninguém é contra a vacina. Tirando os países que produzem vacinas, o Brasil é o primeiro no mundo em valores absolutos que mais aplica [doses]", continuou o presidente.

O comentário de Bolsonaro ocorreu durante conversa com o ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) sobre a utilização do vermífugo Anitta em casos de Covid-19.

Segundo Pontes, publicações científicas teriam mostrado a efetividade do medicamento no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus.

Durante a conversa, o presidente disse em tom irônico esperar que a live não fosse derrubada pelo Facebook, já que, segundo ele, o vermífugo teria comprovação científica.

Mudança de tom

O Brasil passa pelo seu pior momento na pandemia do coronavírus. O país tem sido criticado pela demora na vacinação da população. Bolsonaro, porém, tem dito que o Governo federal apresenta um bom desempenho nessa questão.

O presidente, que em boa parte de 2020 minimizou a eficácia de vacinas e chegou até a atacar algumas delas, agora muda a postura depois que a demora do governo federal em adquirir os imunizantes, após as críticas provocarem a queda em sua popularidade.

Lockdown

Bolsonaro voltou a criticar as medidas de restrição que estão sendo tomadas por estados e municípios. Ele criticou as ações que estão sendo protocoladas, segundo ele, por legendas partidárias de esquerda no Supremo Tribunal Federal (STF) para que as medidas sejam postas em prática.

Segundo Jair Bolsonaro, ele já decidiu que "o nosso Exército" não irá para as ruas para garantir que as pessoas fiquem em casa.

Para Bolsonaro, muito já foi perdido no Brasil com o lockdown.

As falas de Bolsonaro não correspondem ao que especialistas na área de saúde têm dito sobre medidas de restrição de mobilidade social. As autoridades sanitárias afirmam que essas medidas ajudam a diminuir a propagação do coronavírus.